7 mitos da limpeza
Anamaria

Limpar a casa parece uma tarefa simples, mas alguns hábitos do dia a dia podem estar comprometendo o resultado.
De acordo com a engenheira química Annayara Vanessa dos Santos, da Copapel, práticas repetidas há anos ainda carregam equívocos que prejudicam a eficiência, aumentam o desperdício e trazem riscos à saúde. “Ainda circulam muitos mitos sobre limpeza. Conhecimento e uso correto dos produtos são essenciais para garantir resultados seguros, eficientes e sustentáveis”, afirma.
A seguir, conheça os erros mais comuns quando o assunto é faxina – e descubra como evitá-los!
1. Usar mais produto traz melhor resultado
Aplicar quantidades maiores de produto não melhora a limpeza. Cada fórmula tem uma concentração específica para agir com eficiência, e o excesso pode deixar resíduos químicos sobre as superfícies, provocar manchas e tornar pisos escorregadios. Além disso, aumenta o consumo de água no enxágue e o custo final. “A indicação correta do fabricante sempre considera eficiência e segurança. Respeitar essa proporção é o que garante bons resultados”, reforça Annayara.
2. Misturar produtos aumenta a eficácia
A combinação de diferentes soluções é um erro frequente e perigoso. Fórmulas com cloro, por exemplo, podem liberar gases tóxicos quando entram em contato com substâncias ácidas. Mesmo misturas aparentemente inofensivas podem anular o efeito de ambos os produtos. “Misturar produtos é uma prática arriscada, que não oferece vantagem. O ideal é usar cada item de forma isolada, no tipo de limpeza para o qual foi desenvolvido”, orienta a especialista.
3. Receitas caseiras substituem produtos profissionais
Vinagre e limão são citados com frequência em dicas domésticas, mas não têm a mesma ação dos produtos formulados para higienização completa. “Os produtos de limpeza são desenvolvidos para garantir ação eficaz e segura. Apostar apenas em receitas caseiras pode dar a falsa sensação de que o ambiente está limpo, quando a higienização não foi feita corretamente”, explica Annayara. Além disso, o uso excessivo de substâncias ácidas pode corroer superfícies como mármore e granito.
4. Cheiro bom é sinal de ambiente limpo
O aroma agradável não indica limpeza real. Perfumes podem mascarar odores e gerar a sensação de um ambiente higienizado, mesmo sem a remoção da sujeira. “Um espaço só é considerado realmente limpo quando passa por processos adequados de remoção de sujeira, aplicação de produtos corretos e tempo de ação suficiente. Perfume não substitui limpeza real”, alerta a engenheira.
5. Pedras naturais aceitam qualquer tipo de produto
Materiais como mármore e granito exigem soluções específicas. Produtos muito ácidos ou alcalinos desgastam o acabamento e deixam a pedra porosa, facilitando manchas. A recomendação é optar por soluções neutras, que limpam sem agredir. “O ideal é usar produtos adequados que limpem sem comprometer o brilho e a integridade das superfícies”, reforça.
6. Álcool 96% desinfeta melhor que o 70%
Apesar de parecer mais concentrado, o álcool 96% evapora rápido demais e não tem tempo de agir sobre os microrganismos. O álcool 70% é o mais eficaz, pois contém a quantidade ideal de água para prolongar o contato e garantir a desinfecção. “Mais forte não significa mais eficiente, e, no caso da limpeza, respeitar a formulação correta é determinante”, explica.
7. Produtos mais espessos são mais potentes
A consistência do produto não tem relação direta com seu poder de limpeza. A viscosidade apenas facilita a aplicação em superfícies verticais, evitando que escorra, mas a eficácia depende da formulação e do uso correto. “É preciso avaliar cada produto pelo seu rendimento e pela indicação de uso, não pela aparência”, completa.
Sempre leia o rótulo!
A especialista reforça que ler o rótulo e seguir as orientações do fabricante é a forma mais simples de garantir eficiência e segurança. Ela recomenda o uso de equipamentos de dosagem, como diluidores automáticos, para evitar desperdício.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1495, de 14 de novembro de 2025).
