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Bruxismo: mitos e verdades sobre o ranger de dentes
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Bruxismo: mitos e verdades sobre o ranger de dentes

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Anamaria
15/10/2024 18h00
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O bruxismo é uma condição que se caracteriza pelo ato involuntário de ranger ou apertar os dentes, muitas vezes durante o sono, mas também pode ocorrer em momentos de estresse ou concentração. Essa prática, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, pode levar a sérios problemas dentários, como desgaste dental, dores na mandíbula e até dores de cabeça.

Apesar de ser frequentemente minimizado, o bruxismo é uma questão de saúde bucal que merece atenção, pois suas consequências podem impactar a qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos. 

Por isso, AnaMaria conversou com a cirurgiã dentista Adriana de Oliveira Lira, que nos conta mais sobre essa condição e quais são as formas de tratamento. 

Como o bruxismo se manifesta?

O bruxismo é um termo abrangente que se refere a diversas manifestações clínicas relacionadas às atividades dos músculos da mandíbula. Ele é geralmente categorizado com base no ritmo circadiano, o ciclo natural de sono e vigília do organismo. Essa distinção é fundamental para entender as diferentes formas que o bruxismo pode assumir.

O bruxismo do sono é o mais conhecido e caracteriza-se pelo ranger de dentes durante a noite. Nesse caso, o barulho produzido é frequentemente percebido por familiares, amigos ou parceiros que compartilham o mesmo espaço. Essa forma de bruxismo pode resultar em desconforto significativo, tanto para a pessoa que apresenta o comportamento quanto para aqueles ao seu redor, além de estar associada a uma série de complicações, como desgaste dental, dores na mandíbula e distúrbios do sono.

Por outro lado, o bruxismo da vigília ocorre durante o dia e é caracterizado pelo ato de apertar ou tocar os dentes e/ou contrair a musculatura da mandíbula, mesmo sem necessariamente haver contato dentário. Essa forma muitas vezes passa despercebida, pois pode acontecer em momentos de estresse, concentração ou até mesmo durante atividades rotineiras, como trabalhar ou assistir televisão. Embora menos audível, o bruxismo da vigília também pode levar a problemas similares, como dor facial, tensão muscular e desgaste dental ao longo do tempo.

Compreender essas duas manifestações do bruxismo é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados, permitindo que os afetados busquem intervenções que minimizem os impactos negativos na saúde bucal e no bem-estar geral.

"No bruxismo do sono, o principal sinal é o desgaste dentário, que normalmente é horizontal e estabelece facetas coincidentes entre os arcos. No bruxismo da vigília, os sinais são visíveis como marcas nas bochechas e língua", afirma a especialista. 

Problemas respiratórios e refluxo também podem interferir na ocorrência do problema - Sammy-Williams/Pixabay
Problemas respiratórios e refluxo também podem interferir na ocorrência do problema - Sammy-Williams/Pixabay

Bruxismo e saúde bucal

O desgaste dentário irreversível, muitas vezes causado por hábitos como o bruxismo, é um tema de grande relevância na odontologia e na saúde geral dos pacientes. Quando os dentes perdem sua estrutura, isso não afeta apenas a função mastigatória, mas também a estética.

A perda de esmalte e a alteração na forma dos dentes podem impactar a autoestima e a percepção que o paciente tem de si, levando a uma insatisfação estética.

Além disso, o bruxismo, que é o ato de ranger ou apertar os dentes, está frequentemente associado as dores orofaciais. Essas dores podem ser agudas e recorrentes, afetando significativamente a qualidade de vida do paciente. O desconforto físico resultante pode levar ao aumento do uso de medicações analgésicas ou relaxantes, além de provocar estresse e ansiedade.

A interconexão entre o desgaste dentário, o bruxismo e as dores orofaciais destaca a importância de uma abordagem integrada no tratamento. É fundamental que os profissionais de saúde dental não apenas tratem as consequências físicas do desgaste, mas também abordem as questões emocionais e funcionais que afetam a vida dos pacientes. 

"Bruxismo não é DTM (Disfunção Temporomandibular). A atividade muscular do bruxismo só vai causar dor se o indivíduo apresentar outros fatores de risco. Nem todo mundo que tem bruxismo, tem DTM e vice-versa", aponta Adriana. 

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Tratamentos eficazes

A abordagem dos pacientes com Disfunção Temporomandibular (DTM) e bruxismo exige uma compreensão abrangente dos fatores que contribuem para essas condições. A identificação e controle dos fatores causadores são essenciais para um tratamento eficaz.

Por exemplo, no caso de crianças que apresentam bruxismo do sono devido ao aumento de amígdalas e adenoides, a remoção cirúrgica dessas estruturas pode levar à remissão dos sintomas, mostrando como a solução para o problema pode estar além do campo odontológico.

Esse exemplo ilustra a importância de uma abordagem multidisciplinar, onde o cirurgião-dentista desempenha um papel crucial. O profissional não apenas diagnostica a condição dental e suas manifestações, mas também reconhece a necessidade de encaminhamento a outros especialistas, como otorrinolaringologistas ou pediatras, que podem tratar a causa subjacente.

A utilização de placas interoclusais (de mordida) é realmente eficaz?
A utilização de placas interoclusais (de mordida) é realmente eficaz?

É fundamental entender que, geralmente, não há um tratamento único e definitivo. Em vez disso, o manejo da DTM e do bruxismo é frequentemente descrito como “controle”, o que implica em um cuidado contínuo e monitoramento dos sintomas. Isso pode envolver estratégias como terapia física, uso de placas oclusais, intervenções comportamentais e, quando necessário, medicamentos.

Assim, o cuidado do paciente deve ser dinâmico e adaptável, com uma equipe de profissionais colaborando para garantir que todas as dimensões da saúde do paciente sejam abordadas, promovendo um bem-estar geral e a qualidade de vida. Essa abordagem integrada é fundamental para um tratamento eficaz e sustentável ao longo do tempo.

"A placa interoclusal é o único recurso disponível para evitar o desgaste dentário. As vantagens residem na eficácia da sua proteção, custo relativamente acessível, não alterar a morfologia dos arcos dentários", adiciona a cirurgiã. 

Mitos sobre o bruxismo

A especialista nos trouxe três mitos sobre bruxismo, desmistificados. Confira: 

  • Nem sempre bruxismo do sono está associado com quadros de ansiedade. Talvez esse seja o maior mito: afirmar que pessoas que rangem durante o sono estão nervosas e ansiosas.

  • Até o momento, não temos evidências científicas para afirmar que verminoses causa bruxismo

  • Toxina botulínica (Botox) não tem indicação em casos de bruxismo e ainda trazem efeitos colaterais indesejáveis.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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