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Canabidiol e esclerose múltipla: como a substância ajuda no bem-estar de pacientes?
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Canabidiol e esclerose múltipla: como a substância ajuda no bem-estar de pacientes?

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Anamaria
14/08/2024 21h00
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O Agosto Laranja é o mês dedicado à conscientização sobre a esclerose múltipla (EM). A doença neurológica, que afeta o sistema nervoso central, impacta a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Por isso, o tratamento adequado é essencial o bem-estar dos pacientes.

É quando surge a relação entre canabidiol e esclerose múltipla. O tratamento tem ganhado destaque como uma opção promissora. É o caso da a atriz Claudia Rodrigues, que compartilha sua experiência com a substância. Ela relata ganhos significativos em tarefas simples do dia a dia, que antes eram dificultadas pela doença.

canabidiol e esclerose multipla como a substancia age no bem estar dos pacientes
A esclerose múltipla apresenta alterações na visão, equilíbrio, capacidade muscular e outras consequências. Foto: Freepik

 

Mas, afinal, como canabidiol e esclerose múltipla se conectam? A relação tem malefícios ou algun efeito colateral para os pacientes? Como driblar o preconceito em torno da substância, geralmente associada ao THC, princípio ativo da maconha? As dúvidas são muitas.

Para entendê-las, AnaMaria conversou com médica Juliana Bogado, especialista em canabidiologia e coordenadora da EndoPure Academy, sobre o tema. A profissional detalhou como a doença afeta os pacientes e a ação positiva da substância.

O canabidiol e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma condição autoimune na qual o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, uma substância que protege os neurônios e facilita a transmissão de impulsos elétricos no cérebro. O dano gera interferência na transmissão dos impulsos e sequelas motoras e cognitivas.

Os medicamentos tradicionais para EM, conhecidos como modificadores da doença, focam na redução da inflamação no sistema nervoso central. Já os canabinoides, como o CBD, atuam como neuroprotetores, reduzindo o desgaste neural e a evolução da doença.

"Os canabinoides ajudam a proteger as células nervosas, o que pode reduzir a espasticidade, um dos sintomas mais comuns da esclerose múltipla", explica a médica. Ela acrescenta que o CBD complementa o tratamento convencional, ajudando a proteger os neurônios.

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A esclerose múltipla requer um tratamento multifatorial. Foto: Freepik

 

A combinação é essencial, pois permite um manejo mais completo dos sintomas da esclerose múltipla, além de potencialmente reduzir a necessidade de outras medicações ao longo do tempo: "Ele raramente é iniciado de forma isolada", acrescenta Bogado. 

Canabidiol ou THC?

Sobre malefícios e possíveis efeitos colaterais, é preciso lembrar que existem dois principais canabinoides com efeitos complementares, mas também opostos:  o CBD e o THC. No caso de um produto com canabidiol, ela destaca: "Posso afirmar que os efeitos colaterais são mínimos ou até mesmo nulos, e o risco de dependência é zero".

Porém, se o produto contiver THC, vai depender da dosagem. A Anvisa permite até 0,3% da substância — uma concentração é segura, com possíveis efeitos colaterais mínimos. Produtos com dosagens maiores de THC representam riscos de dependência, visto que o THC é a principal molécula euforizante, responsável por gerar os principais efeitos que o utilizador recreativo procura.

Regulamentação e desafios do uso

No Brasil, o uso do canabidiol é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que permite sua prescrição por médicos e dentistas legalmente habilitados. O processo para adquirir CBD de maneira legal é individual e envolve autorização médica.

É preciso apresentar de uma receita médica contendo todas as informações necessárias do médico e do paciente. Se o produto for importado, é necessário um cadastro no site da Anvisa para a liberação da importação. O uso de canabinoides, claro, deve ser cuidadosamente monitorado.

Ainda que seja um tratamento regularizado e autorizado, o uso de canabidiol para esclerose múltipla enfrenta diversos desafios. Para Juliana, uma barreira significativa é a falta de conhecimento, tanto do profissional da saúde, quanto do paciente.

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CBD e THC, princípio ativo da maconha, são substâncias diferentes. Foto: jcomp/Freepik

 

A médica especializada também considera o aspecto social: "O fato de serem moléculas encontradas em maiores concentrações em plantas de Cannabis, faz com que haja uma associação com a maconha, gerando estigma e preconceito". 

Para driblar o preconceito, Bogado sugere a apresentação de dados de pesquisas e estudos clínicos que comprovem os benefícios do CBD, além de enfatizar a diferença entre CBD e THC: "Explicar que o CBD não possui efeitos psicoativos como o THC é fundamental para desmistificar o uso da substância na medicina".

Por fim, oferecer acompanhamento médico regular para monitorar a eficácia do tratamento e ajustar a dosagem, se necessário, é imprescindível, finaliza a especialista em canabidiologia .

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Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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