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Halloween: por que o ser humano gosta de sentir medo?
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Halloween: por que o ser humano gosta de sentir medo?

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Anamaria
30/10/2024 20h30
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Embora não seja tão popular quanto em outros países, o Halloween também contagia alguns brasileiros. Todos os anos, a data traz consigo uma celebração curiosa do medo. Filmes e séries de terror, eventos mal-assombrados, fantasias e festas: tudo em prol do famoso "frio na espinha".

Mas, afinal, por que o ser humano gosta de sentir medo? Pode soar estranho, mas não é difícil encontrar pessoas que são atraídos por tudo aquilo que causa a sensação. A resposta está mais próxima do que parece: nas estruturas do cérebro. 

É que, quando experimentado em um ambiente seguro e controlado, como em um filme de terror ou em uma festa de Halloween, o medo pode ser uma experiência prazerosa, segundo a ciência. Isso ocorre pela liberação de hormônias e substâncias naturais ao ser humano.

Halloween: medo ou prazer?

A médica psiquiatra Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, explica que o medo gera a sensação de adrenalina. Por sua vez, essa sensação acarreta na liberação de certas substâncias no cérebro, como a endorfina.

Isso, claro, apenas e situações seguras e controladas, como é o Halloween: "Isso causa prazer em sentir determinados tipos de medo – principalmente daqueles usados para lazer e diversão como em filmes de terror, que é diferente daquele que se sente em um assalto, por exemplo", acrescenta.

Se inspire nas decorações de Halloween nos EUA
Fantasias, festas, decorações e mais: Halloween faz cada vez mais sucesso. Foto: Reprodução/Pinterest

 

Esse prazer é explicado pela ciência. De acordo com Martani, a a amígdala cerebral, uma região do cérebro responsável pelas nossas emoções, é uma das regiões principais do cérebro envolvidas na reação ao medo.

Ela atua como um 'sensor', que identifica estímulos externos e avalia se eles representam uma ameaça real. Esse mecanismo é essencial para a sobrevivência, pois prepara o corpo para reagir a situações perigosas, como um escapar de criminosos ou uma perseguição de um animal.

No entanto, quando o cérebro percebe que o perigo é fictício e está em um ambiente seguro, toda a experiência é analisada como um jogo, ou um desafio a ser superado. Essa sensação de superação, aliada à liberação de endorfinas, é o que gera o sentir medo, como no Halloween.

Para John Edward Campbell, professor de estudos de comunicação social da Universidade Temple, o gosto por filmes de terror, por exemplo, está associada à sensação de prazer que vem a seguida do medo. Isso ocorre graças à liberação de dopaminal, uma resposta cerebral de ‘descanso e digestão’ que causa sensação de bem-estar.

A busca pelo medo e a adrenalina é benéfica?

Além da endorfina, o corpo libera adrenalina, um hormônio que provoca excitação física e mental. Esse hormônio faz com que o coração bata mais rápido e aumenta a atenção, deixando o corpo em estado de alerta total.

filmes de halloween
Filmes de terror e festas Halloween causam prazer em quem assiste ou frequenta: Foto: Reprodução

 

Além do prazer, essa combinação de adrenalina e endorfina, em muitos casos, pode trazer benefícios ao corpo humano. De acordo com especialistas, o medo controlado tem uma função interessante: ele ajuda o cérebro a lidar com o medo real de forma mais racional e reduzida

Segundo um estudo do Laboratório de Medo Recreativo da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, pessoas que consumiam regularmente mídia de terror eram mais resilientes psicologicamente durante a pandemia do que os não fãs de terror. É como se, ao assistir a um filme de terror, o cérebro fose treinado para lidar com situações reais de medo, mas de forma segura.

Talvez isso explique o sucesso do Halloween ao redor do mundo, além de outras experiências aterrorizantes, como a estimativa de que os norte-americanos gastem mais de US$ 500 milhões anualmente (R$ 2,8 bilhões) em entradas para casas assombradas, segundo a America Haunts, empresa de atrações de terror dos EUA.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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