A experiência de psicografar Chico Xavier
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Aventuras Na História
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Era um dia normal de trabalho com os meus caboclos Pena Branca e 7 Flechas. Eles me disseram que tinham alguém para me apresentar. Quando falaram "Chico Xavier", o 7 que é um pouco mais descontraído, abriu um sorriso. E o Pena Branca, que tem um temperamento mais sério, continuou sério. Lembro que nesse momento eu ri e educadamente, falei com os meus caboclos que não havia motivos plausíveis para esse contato.
Achei que meus caboclos estavam fazendo alguma espécie de teste ou brincadeira comigo. Mas quem trabalha com caboclo sabe: eles não brincam em serviço. Caboclos são as entidades mais sérias com quem trabalho. Eu respondi que não me sentia à vontade para fazer esse contato naquele momento e eles respeitaram minha decisão.
Semanas depois, uma das casas de medicina da floresta onde costumo realizar os meus trabalhos (a Luz da Esperança) divulgou um trabalho chamado "O Raio Verde: Comando Santa Esmeralda". Eu não sabia do que se tratava, não sabia nada sobre as entidades, mas uma intuição muito forte me chamou para ele. E eu fui.
O que eu descobri no Santa Esmeralda
Depois de uns vinte e cinco minutos do início do trabalho, eu era apresentada à egrégora espiritual mais avançada em termos de tecnologia e mais heterogênea em termos de trabalhadores espirituais.
Se eu pudesse conceitualizar o Santa Esmeralda em poucas palavras, a partir do que vi nesse dia, seria: é uma combinação de conhecimentos ancestrais de diversas regiões do mundo com a mais alta e futurista tecnologia, que tem como objetivo principal a cura física, mental e espiritual de quem os procura.
Pensava comigo: como assim existe uma egrégora espiritual em que se concentram guias, entidades, mestres e arcanjos das mais diferentes escolas espirituais? Ali, eu vi caboclos, médicos, cirurgiões, enfermeiros, pretos velhos, geneticistas, exus e mais uma diversidade de trabalhadores e guias espirituais atuando para a cura de doenças físicas e espirituais dos presentes. Uma diversidade imensa de etnias, línguas, materiais e métodos de trabalho.
Eu mesma fui levada para a ala cirúrgica do Arcanjo Rafael, onde médicos e caboclos realizaram diversas cirurgias necessárias para aquele momento. Depois que a cirurgia terminou, o Pena Branca me disse, um pouco rígido: o Chico Xavier quer falar com você e dessa vez eu não aceito não como resposta.
Ele se aproximou de mim. Fiquei paralisada por alguns minutos, sem falar, mas depois de alguns minutos, nossa conversa fluiu. Ele disse que estava trabalhando agora sob a regência dos Mestres Ascensionados e que depois de alguns anos acompanhando minha escrita e meu trabalho mediúnico, quis "retomar" uma relação que já tínhamos em outras encarnações.
Compartilhou comigo a importância do trabalho dos Mestres Ascensionados (que eu não fazia ideia do que era) e que eles consideraram interessante uma psicografia sobre o Santa Esmeralda, devido à transição planetária, para quem sabe, ajudar e auxiliar mais pessoas durante esse processo.
Prontamente eu respondi "não". Falei que era uma médium de pouca idade, ainda com muitos defeitos e que ainda não tinha concluído as reformas internas necessárias e que o ideal seria ele procurar um espírito mais evoluído para isso. Ele riu e falou: "’Ninguém nasce médium porque é evoluído, muito pelo contrário. Nascemos médiuns porque somos muito imperfeitos. Não estou interessado na sua perfeição, mas na sua disciplina". Então, após um tempo de conversa, eu aceitei.
O processo de psicografia
A psicografia foi simples e rápida, mas os efeitos físicos eram muito complicados. Eu ficava muito enjoada, às vezes no final vomitava e os médicos presentes me ajudaram durante essa jornada.
Antes de escrever o livro "Chico Xavier e suas experiências no Santa Esmeralda", eu não sabia quase nada além do que tinha visto naquele dia. E depois que terminei a psicografia, me interessei bastante como médium em trabalhar também com essa egrégora espiritual.
E recentemente, iniciei um trabalho com os médicos e curandeiros do Santa Esmeralda, (comandados pelo Sr. Fritz e pelo Caboclo Pena Branca) para ajudar os meus consulentes com problemas de saúde física, emocional e espiritual.
Eu espero muito que a sabedoria do Santa Esmeralda seja amplamente conhecida e usufruída, principalmente na América Latina, onde sofremos o efeito sistêmico da colonização, numa constante tentativa de deslegitimar e apagar toda a sabedoria ancestral dos indígenas, caboclos, sertanejos e quilombolas.
Creio que essas palavras do Chico Xavier chegam num momento importante no Brasil para mostrar, principalmente, que os espíritos de luz, independente de suas orientações, trabalham em conjunto para o bem comum.
Conhecer o Santa Esmeralda foi uma das experiências mais transformadoras da minha vida e acho que quem ler o meu livro "Chico Xavier e suas experiências no Santa Esmeralda", vai entender bem o porquê.
*Juliana Magalhães Antunes é médium de incorporação e começou os seus estudos mediúnicos na Casa da Potira, passando também pela Casa de Lei, Luz da Esperança e Jibóia Sagrada (onde mantém os seus trabalhos espirituais de forma regular).
Realiza seus trabalhos mediúnicos com caboclos, exus, pombagiras, malandros, marinheiros, ciganos, erês e pretos velhos. Seu foco principal de estudo e pesquisa, é a linha da esquerda, comumente conhecida como ‘’povo da rua’’. Oferece consultas com exu e pombagira, além de fazer trabalhos de passe, limpeza e desobsessão junto aos caboclos e aos pretos velhos.
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