Não surgiu na Itália? Estudo sugere a verdadeira origem da Foccacia
Aventuras Na História
Pesquisas arqueológicas recentes estão redefinindo a compreensão das origens da focaccia, tradicionalmente associada à culinária italiana.
Estudos conduzidos por pesquisadores das universidades Autônoma de Barcelona, Koç e La Sapienza revelaram que o precursor deste famoso pão pode ter sido produzido bem antes do que se imaginava na região do Crescente Fértil, que atualmente abrange partes da Turquia e Síria.
A equipe examinou fragmentos de cerâmica desenterrados em sítios históricos datados de 7.000 a 5.000 a.C. Esses artefatos, descritos como bandejas ovais de argila com marcas internas características, sugerem a criação de pães achatados, semelhante ao que conhecemos hoje como Foccacia.
Análises químicas desses fragmentos identificaram fitólitos — compostos de origem vegetal — além de vestígios de gorduras animais e temperos vegetais, evidenciando uma culinária surpreendentemente sofisticada para o período.
Combinações
Ao contrário da focaccia italiana contemporânea, que é fortemente associada ao azeite, os resíduos encontrados indicam diferentes ingredientes, sugerindo que as comunidades neolíticas contavam com diferentes combinações para aprimorar seus pães.
As bandejas descobertas, capazes de suportar massas de até três quilos, apontam para um contexto de preparo destinado a grandes grupos comunitários.
Sergio Taranto, coordenador da pesquisa, refletiu sobre a tradição culinária que se desenvolveu até chegar na Itália.
“As comunidades usavam os cereais que cultivavam para criar pães enriquecidos com diversos ingredientes, compartilhados em grupo. Essa tradição culinária se desenvolveu ao longo de séculos e foi difundida pelo Oriente Próximo antes de chegar à Itália", disse ele.