Alimentos e hábitos comuns aumentam risco de câncer de intestino; veja
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O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, se desenvolve a partir do crescimento anormal de células no cólon ou no reto. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ele é o terceiro tipo de câncer mais comum no mundo e a segunda principal causa de morte por câncer, o que reforça a importância de falar sobre prevenção e hábitos que podem influenciar seu surgimento.
Entendendo os fatores de risco
A idade e o histórico familiar estão entre os principais fatores de risco. A maioria dos diagnósticos ocorre em pessoas acima dos 50 anos ou com predisposições genéticas, como a síndrome de Lynch e a polipose adenomatosa familiar. Doenças inflamatórias intestinais, como Doença de Crohn e colite ulcerativa, também aumentam as chances de desenvolver o problema.
Mas o estilo de vida desempenha um papel decisivo. Tabagismo, sedentarismo, obesidade e má alimentação têm sido apontados como causas importantes para o crescimento dos casos no mundo.
Alimentação: o que aumenta e o que reduz o risco
A dieta é um dos fatores mais influentes na prevenção do câncer de intestino. Enquanto frutas, vegetais e grãos integrais ajudam a proteger o organismo, o consumo excessivo de carnes vermelhas, processadas e gorduras saturadas está ligado a um aumento expressivo no risco da doença.
1. Consumo de carnes vermelhas e processadas
Estudos mostram que carnes como salsicha, bacon, presunto e linguiça contêm substâncias (como nitratos e nitritos) que, durante a digestão, podem se transformar em compostos cancerígenos. Além disso, o preparo em altas temperaturas, como na churrasqueira ou frigideira, pode gerar substâncias químicas capazes de alterar o DNA das células. De acordo com o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer (2023), eliminar completamente carnes processadas da dieta poderia prevenir até 8.500 casos anuais de câncer de intestino entre homens e mulheres.
2. Dietas ricas em gordura
O excesso de gordura, especialmente a saturada e a trans, está ligado à obesidade e à produção elevada de ácidos biliares, que podem se transformar em compostos nocivos para o cólon. A longo prazo, esse processo cria um ambiente propício ao surgimento de tumores.
3. Falta de fibras na alimentação
As fibras são fundamentais para o bom funcionamento intestinal e ajudam a eliminar substâncias potencialmente tóxicas antes que fiquem tempo demais no intestino. Presentes em frutas, legumes e grãos integrais, elas favorecem uma flora intestinal saudável e reduzem o risco de câncer colorretal.
4. Consumo de álcool
O alerta é claro: não existe dose segura de álcool, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo frequente da bebida aumenta o risco de diversos tipos de câncer, inclusive o de intestino. Isso acontece porque o álcool é transformado em acetaldeído, uma substância tóxica que danifica o revestimento intestinal e prejudica a absorção de nutrientes protetores, como o folato.
5. Excesso de açúcar
Um estudo publicado no The Journal of Nutrition revelou que dietas com alta ingestão de açúcares simples – como frutose, glicose e maltose – aumentam o risco de câncer colorretal, especialmente em pessoas entre 45 e 54 anos. Refrigerantes, doces e sobremesas são os principais vilões nesse caso.
Prevenção é o melhor caminho
Embora a genética e a idade sejam fatores que não podemos mudar, as escolhas diárias têm grande impacto na prevenção. Manter uma dieta equilibrada, rica em fibras e pobre em alimentos ultraprocessados, praticar atividade física regularmente e evitar o consumo de álcool e cigarro são atitudes que reduzem significativamente o risco de câncer de intestino. Cuidar da saúde intestinal é, antes de tudo, um ato de autocuidado. Afinal, pequenas mudanças à mesa podem representar anos de vida com mais bem-estar e vitalidade.
