Dormir muito faz bem ou faz mal à saúde? Médico explica
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O sono é um dos principais componentes responsáveis por influenciar o funcionamento do corpo e da mente, afetando principalmente o humor. Por isso, diferentes estudos apontam que noites em claro significam maiores níveis de estresse, cansaço e improdutividade. Mas você sabia que dormir muito pode ser tão prejudicial quanto descansar pouco?
“Quando nos referimos ao sono excessivo, estamos falando dos casos em que a pessoa dorme a mais diariamente, perde a hora com frequência, sempre quer repousar por mais tempo e tem bastante dificuldade para despertar“, ressalta o neurologista Willian Rezende do Carmo, em seu site.
Por que algumas pessoas dormem mais?
Para o médico, o ideal é ter de seis a oito horas de sono por noite. Essa estimativa é a mais adequada para adultos. O tempo de repouso necessário para proporcionar qualidade de vida, contudo, varia para cada pessoa, dependendo muito da idade. No caso dos adolescentes, por exemplo, a recomendação é dormir de sete a nove horas.
Entretanto, de acordo com especialistas, ultrapassar esse período acarreta malefícios semelhantes à privação de sono. Eles explicam que isso ocorre porque, após as nove horas, os indivíduos entram em estado de repouso leve, que desestimula os processos responsáveis por reparar o corpo durante o descanso e prepará-lo para um sono dia.
“Se a pessoa anda dormindo excessivamente, este pode ser um indicativo de que o sono dela não está sendo reparador. Neste caso, o cérebro tenta manter a pessoa dormindo por mais tempo, até que ela sinta-se restaurada. Esta condição pode ser desencadeada por problemas como apneia do sono, sono fragmentado, ou também pela depressão, que é uma das principais causas de hipersonia”, explica Rezende.
Os efeitos de dormir muito
O médico aponta ainda que, para além de originar distúrbios do sono, os transtornos mentais, como a depressão, também se desenvolvem em decorrência do descanso excessivo. Ademais, esse hábito eleva os níveis de açúcar no sangue, aumentando o risco de diabetes. Ele ainda está ligado à maior incidência de doenças cardiovasculares, como AVC, além da obesidade.
Segundo pesquisas recentes, assim como a falta de repouso, dormir muito diminui a concentração, impactando, assim, a rotina. “Isto não é considerado normal e requer uma investigação, que pode ser uma avaliação neurológica ou de um médico do sono, no intuito de investigar as possíveis causas dessa sonolência excessiva ou as razões pelas quais o sono não está sendo restaurador. Mudanças nos hábitos de vida podem ser a chave para um sono com mais qualidade e uma vida mais saudável”, afirma.