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Estudo descobre proteína capaz de criar vícios no cérebro; entenda
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Estudo descobre proteína capaz de criar vícios no cérebro; entenda

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Bons Fluidos
27/12/2025 00h00
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Por que certos hábitos, como acender um cigarro ao tomar um café, se repetem quase sem pensar? A neurociência está cada vez mais perto de responder a essa pergunta. Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Georgetown descobriram que uma proteína específica do cérebro, chamada KCC2, funciona como uma espécie de “interruptor” da aprendizagem por recompensa, acelerando a associação entre estímulos do ambiente e sensações prazerosas. O estudo, publicado na Nature Communications, e mostra como hábitos saudáveis constroem-se – e também por que vícios se instalam com tanta velocidade.

A dopamina entra em cena

A equipe observou que quando os níveis da proteína KCC2 caem, os neurônios responsáveis por liberar dopamina, neurotransmissor ligado ao prazer e à motivação, ficam mais ativos e sensíveis. Isso facilita que o cérebro identifique rapidamente o que traz satisfação e queira repetir a experiência. 

“Esse mecanismo básico de associar estímulos a experiências prazerosas é afetado em condições como dependência química, depressão e esquizofrenia”. É o que explica o neurofarmacologista Alexey Ostroumov, autor sênior da pesquisa.

Em testes com roedores, pequenas alterações na KCC2 foram capazes de mudar comportamentos já condicionados, como a resposta a sinais que indicavam a chegada de comida. Mais do que a quantidade de dopamina, os cientistas chamaram atenção para outro ponto. Quando os neurônios disparam juntos, ocorrem picos rápidos e coordenados desse neurotransmissor, o que reforça memórias e fortalece associações. Esse mecanismo explica por que um hábito aparentemente inofensivo pode virar algo automático. O cérebro entende que aquela pista (o cheiro do café) anuncia uma recompensa (a nicotina).

Um passo para novas terapias contra vícios

Além de compreender como os hábitos se formam, o estudo abre portas terapêuticas. Já observaram-se alterações na KCC2 em pessoas com dependência química. Agora, sabe-se que modular essa proteína pode: impedir que associações prejudiciais ganhem força; ajudar o cérebro a “desaprender” respostas automáticas; e favorecer a construção de rotinas mais saudáveis.

A equipe também analisou como certos medicamentos (como os benzodiazepínicos, incluindo o diazepam) interferem na coordenação entre neurônios. Isso sugere a possibilidade de redirecionar o aprendizado de recompensas.

O que essa descoberta significa para o nosso dia a dia?

Esse conhecimento pode transformar a forma como tratamos comportamentos compulsivos. Entender que o cérebro não apenas reage, mas aprende a reagir, reforça três ideias essenciais:

  • Hábitos têm base biológica, não são apenas “falta de força de vontade”;
  • O ambiente molda escolhas mais do que percebemos;
  • Reprogramar o cérebro é possível.

Se pistas e recompensas podem nos conduzir ao vício… elas também podem nos ajudar a trilhar caminhos mais conscientes e equilibrados.

Leia também: Calor extremo pode acelerar o envelhecimento; entenda”

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