Estudo indica que farinha de castanha-do-Pará é 60% mais proteica que a de trigo; entenda
Bons Fluidos

Você sabia? Recentemente, a Embrapa e o Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental (PA) realizaram uma pesquisa sobre proteínas. Assim, o estudo indica que a farinha de castanha-do-Pará, também conhecida como castanha-do-Brasil, pode se tornar uma das alternativas mais promissoras em alimentos vegetais no país.
Segundo a pesquisa, o ingrediente apresenta um teor de proteína cerca de 60% maior do que o da farinha de trigo tradicional. Isto é, ampliando o leque de opções para consumidores que buscam produtos mais nutritivos e sustentáveis.
Como os pesquisadores chegaram aos resultados?
Os estudiosos utilizaram castanhas próprias para comercialização in natura e também castanhas quebradas, que normalmente têm menor valor de mercado. O processo inclui a extração parcial do óleo da castanha, geralmente destinado ao setor cosmético. Depois dessa etapa, a concentração de proteína, que originalmente é de cerca de 15% no fruto, subiu para 32,4% na farinha. Isto é, um aumento de aproximadamente 116%.
A pesquisa avaliou a aplicação desses ingredientes em produtos destinados ao consumidor final. Hambúrgueres e quibes foram formulados tanto com a farinha quanto com o concentrado proteico. Já a proteína texturizada vegetal foi produzida a partir de um blend de proteína de castanha-do-Brasil e soja, também com cerca de 56% de proteína.
Farinha x concentrado
“Nós avaliamos hambúrguer e quibe usando tanto a farinha quanto o concentrado proteico. Já a proteína texturizada fizemos só com o concentrado, em um blend de proteína de castanha-do-brasil e proteína de soja”, é o que diz Ana Vânia Carvalho, pesquisadora da Embrapa, em entrevista à CNN.
A estudiosa afirmou que os testes mostraram boa aceitação em sabor, aparência e textura, reforçando o potencial de uso da castanha como ingrediente funcional em produtos plant-based. Assim, a iniciativa também contribui para o aproveitamento sustentável da biodiversidade brasileira e pode gerar impacto econômico para comunidades locais envolvidas no cultivo e processamento da castanha.
“Atualmente, predominam no mercado de proteínas vegetais opções como a soja e a ervilha. Esse trabalho caminha para o aproveitamento sustentável da castanha, incentivando seu plantio e beneficiando comunidades locais”, destaca Melicia Galdeano, pesquisadora da Embrapa, também à CNN.
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