Mesmo após os 45, começar a se exercitar ajuda a prevenir a demência; entenda estudo
Bons Fluidos

Na meia-idade, muitas pessoas podem pensar que já perderam o tempo adequado para começar na academia e colher os frutos de uma vida saudável. Entretanto, um novo estudo publicado na revista JAMA Network Open mostrou que, na verdade, as atividades físicas podem beneficiar tanto o corpo quanto o cérebro em qualquer fase, mas principalmente após os 45 anos, quando se exercitar ainda ajuda a reduzir o risco de demência.
“Este estudo se destaca não apenas pelo grande tamanho da amostra, mas também pela duração excepcional do acompanhamento e pelo fato de ter realizado uma análise genética abrangendo diferentes períodos da vida dos participantes”, apontou a vice-diretora do Instituto MARCS para Cérebro, Comportamento e Desenvolvimento da Universidade de Western Sydney, Joyce Siette, em um artigo do ‘The Conversation’.
Treinos no combate a demência
A pesquisa norte-americana se baseou nos dados do Framingham Heart Study, coletando informações de 4.290 participantes. Os voluntários, com idades entre 26 e 65 anos, relataram a frequência e a intensidades dos exercícios. Além disso, tiveram sua saúde monitorada por meio de exames médicos regulares realizados a cada quatro anos.
Em seguida, eles foram divididos em grupos de acordo com a faixa etária. Dessa forma, foi possível separar e comparar os padrões das atividades físicas entre baixa, moderada e alta. Essa estratégia permitiu encontrar uma relação entre a quantidade de treinos e o diagnóstico de demência. Segundo os pesquisadores, durante a análise, 13,2%, ou seja 567 participantes, desenvolveram a doença.
Por outro lado, os voluntários que afirmaram se exercitar com maior recorrência após os 45 anos apresentaram chance de 41% a 45% menor de declínio cognitivo do que aqueles que relataram os níveis mais baixos. A estimativa permaneceu estável mesmo quando associada a fatores de risco, como hipertensão, e à predisposição genética.
“Em outras palavras, para pessoas geneticamente predispostas à demência, manter-se ativo em idade avançada pode continuar a oferecer proteção significativa. Essas descobertas reforçam o que os cientistas já sabem: o exercício físico faz bem para o cérebro. A conclusão que podemos tirar deste estudo, no entanto, pode ser resumida em duas frases: movimente-se mais, independentemente da sua idade. Os benefícios que você colherá superam claramente os riscos”, ressaltou Siette.

