Exame de sangue facilita o diagnóstico precoce e o tratamento de Alzheimer; saiba mais
Bons Fluidos

Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) descobriram que um exame de sangue capaz de diagnosticar Alzheimer precocemente, com precisão acima de 90%. De acordo com os especialistas, a técnica pode garantir um tratamento mais efetivo, que conseguirá evitar a progressão da doença.
Novo teste de Alzheimer
Para encontrar uma forma de detectar a enfermidade, os estudiosos analisaram amostras de sangue e líquor, fluido corporal usado atualmente para o diagnóstico, de 59 pacientes. Ademais, esses participantes passaram por uma avaliação cognitiva e uma ressonância magnética. Assim, foi possível descobrir a presença de um biomarcador, a proteína p-tau217, nos glóbulos vermelhos dos participantes com Alzheimer.
“Ainda não compreendemos completamente a origem dessa substância ao nível cerebral, mas sabemos que ela se eleva em casos de pacientes que têm acúmulo anormal de placas amiloides e de proteína tau fosforilada no cérebro, o que é característico da doença“, disse um dos pesquisadores principais do estudo, Willyans Borelli, em entrevista à ‘CNN’.
E além do estudo brasileiro, divulgado na revista Molecular Psychiatry, uma revisão internacional, que contou com uma amostra de 30 mil pessoas, também apontou para a proteína como um indicador da enfermidade. Segundo Borelli, o exame se mostra mais eficaz do que as opções tradicionais, pois seus resultados dificilmente apresentam variações, garantindo um diagnóstico adiantado e preciso.
Expectativa de acesso pelo SUS
Dessa forma, conforme ressalta o pesquisador, a descoberta auxilia ainda no sucesso dos tratamentos. “Sabemos que, quanto antes identificarmos a proteína em quem apresenta esquecimento, maior nossa ‘janela terapêutica’ para evitar progressão e para avançar na descoberta de tratamentos. Isso acontece porque o neurônio, diferente de outras células, quando morre, não é recuperável. Então, tentamos fazer de tudo para evitar a morte neuronal”, completa.
Atualmente, o exame já está disponível na rede privada. Os valores, contudo, são elevados, podendo chegar a R$ 3,6 mil. Mas, na opinião dos estudiosos, o acesso por meio do Sistema Básico de Saúde (SUS) é viável. Isso porque, apesar de ser mais custoso se comparado às alternativas, como o hemograma, a diferença de preço pode se igualar conforme o uso.