Hábito comum é uma das principais causas de aneurisma cerebral; entenda
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O aneurisma cerebral é uma dilatação anormal em uma artéria do cérebro que forma uma espécie de “bolsa”. Se ela se rompe, pode causar uma hemorragia grave e colocar a vida em risco. Apesar de perigoso, o aneurisma pode se desenvolver de forma silenciosa por anos, o que torna o diagnóstico precoce um grande desafio. O que poucos sabem, no entanto, é que alguns hábitos e condições de saúde podem potencializar os riscos de ter um aneurisma.
Fatores de risco: o papel da pressão alta e do cigarro
Entre os principais gatilhos para o desenvolvimento de aneurismas cerebrais estão a hipertensão arterial e o tabagismo, hábitos e condições que fragilizam as paredes dos vasos sanguíneos. Além disso, diabetes e colesterol elevado também aumentam a chance de dilatações arteriais no cérebro.
O histórico familiar é outro ponto importante: quem tem parentes de primeiro grau que já sofreram um aneurisma deve realizar exames preventivos, já que há uma predisposição genética envolvida.
Dor de cabeça súbita é um sinal de alerta
Em muitos casos, o aneurisma não apresenta sintomas. Mas quando a dilatação começa a pressionar as estruturas cerebrais, podem surgir dores de cabeça intensas e repentinas, alterações na visão, fraqueza em um lado do corpo e até queda da pálpebra. Uma dor de cabeça fora do padrão, que aparece de forma súbita e tende a piorar rapidamente, é um dos principais sinais de alerta e exige atendimento médico imediato. Quando ocorre a ruptura do aneurisma, há risco elevado de morte – em cerca de 30% dos casos, segundo especialistas.
Tabagismo: uma ligação direta com o aneurisma
Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostrou que dois em cada três casos de aneurisma cerebral estão ligados ao cigarro. Entre 250 pacientes atendidos, 62% eram fumantes no momento do diagnóstico.
O motivo? A nicotina destrói uma proteína chamada elastina, que dá firmeza às paredes das artérias. Sem ela, os vasos se tornam mais frágeis e propensos a dilatações e rupturas. Além disso, o tabagismo aumenta a chance de hemorragias mais graves – 12% dos pacientes do estudo morreram antes de chegar ao hospital. Curiosamente, 80% dos casos ocorreram em mulheres, o que leva pesquisadores a investigarem a influência dos hormônios femininos e o fato de elas possuírem vasos mais delicados e sinuosos.
Fumantes e aneurisma: risco quatro vezes maior
Outra pesquisa, realizada pela Harvard Medical School, reforça o alerta: mulheres fumantes entre 30 e 60 anos têm quatro vezes mais chance de desenvolver aneurisma cerebral, e o risco é sete vezes maior quando há também hipertensão.
O estudo, realizado entre 2016 e 2018 com 545 mulheres nos Estados Unidos e Canadá, mostrou que a maioria das pacientes com aneurisma relatava dores de cabeça persistentes e fumava, em média, 20 cigarros por dia há quase 30 anos. Os aneurismas foram encontrados principalmente na artéria carótida, um dos principais vasos que levam sangue ao cérebro. Em um terço dos casos, as pacientes precisaram de cirurgia; as demais permaneceram em acompanhamento clínico.
Como prevenir o aneurisma cerebral
A prevenção do aneurisma cerebral passa, principalmente, pelo controle dos fatores de risco. Manter a pressão arterial sob controle, evitar o tabagismo e moderar o consumo de álcool são medidas essenciais. Além disso, adotar uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e grãos integrais, ajuda a preservar a saúde dos vasos sanguíneos.
A prática regular de atividades físicas, o acompanhamento médico periódico e a realização de exames preventivos, especialmente para quem tem histórico familiar da doença, também são fundamentais. Pequenas mudanças no estilo de vida podem reduzir significativamente o risco e proteger o cérebro de complicações graves.
A força do vício e os caminhos para vencê-lo
A nicotina está entre as substâncias mais viciantes conhecidas. Se você deseja parar de fumar, confira algumas estratégias indicadas por especialistas:
- Defina um motivo claro e pare de vez: liste suas razões – saúde, autoestima, exemplo para os outros – e use esse lembrete todos os dias. A redução gradual costuma ser uma armadilha do vício;
- Encare os primeiros 10 dias com firmeza: sintomas como irritabilidade, ansiedade, insônia e tosse são esperados. As crises duram poucos minutos e tendem a desaparecer após uma semana;
- Cuide da rotina: manter uma alimentação equilibrada, praticar caminhadas e beber bastante água ajuda a aliviar a abstinência. Evite bebidas alcoólicas, especialmente nos primeiros meses.
