Por que algumas pessoas não têm o dente do siso?
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Quem já passou pela dor de um dente do siso nascendo sabe o quanto pode ser incômodo. Mas há quem nunca tenha enfrentado essa experiência – simplesmente porque o siso nunca se desenvolveu. E, ao contrário do que muitos pensam, isso não é sorte: é evolução.
Uma herança dos nossos ancestrais
Os sisos, também conhecidos como terceiros molares, eram essenciais para nossos antepassados, que precisavam triturar alimentos crus e duros, como raízes e carnes fibrosas. Com o passar dos séculos, a alimentação humana se transformou: o fogo e o cozimento tornaram os alimentos mais macios, e a mandíbula, menor. Resultado? O siso perdeu sua função e, em muitos casos, o próprio espaço para nascer.
De acordo com estudos recentes conduzidos por pesquisadores australianos, as mudanças físicas do rosto humano continuam acontecendo. Essas transformações são reflexo de milhares de anos de adaptação e indicam que o corpo humano segue em processo de evolução.
Por que nem todos têm siso
Algumas pessoas não desenvolvem o germe dentário, estrutura responsável por dar origem ao dente. Outras têm um ou dois sisos, e há ainda quem possua os quatro, mas nunca veja nenhum nascer, porque permanecem retidos dentro do osso da mandíbula.
Segundo os dentistas, o siso costuma aparecer entre os 16 e 25 anos, embora em alguns casos ele nunca chegue à superfície. Quando há espaço suficiente e o dente nasce corretamente, ele pode ser mantido sem causar problemas – mas essa é a exceção.
Quando é hora de remover
Na maioria das vezes, o siso fica sem espaço para erupcionar e começa a pressionar os dentes vizinhos, alterando o alinhamento do sorriso e causando dor ou inflamação. Em casos em que o dente fica parcialmente exposto (os chamados semi-inclusos), há maior risco de acúmulo de resíduos e infecções. Os sintomas mais comuns incluem dor intensa, inchaço, sensibilidade e até fragilidade óssea. Por isso, a extração costuma ser o tratamento mais indicado.
O procedimento e a recuperação
A cirurgia de remoção do siso é simples, feita com anestesia local e duração média de menos de uma hora. O paciente tem alta no mesmo dia e deve seguir recomendações básicas: repouso, alimentação leve e boa higiene bucal. O ideal é consultar o dentista antes que os sisos causem desconforto. Com exames de imagem, o profissional consegue identificar se o dente está em formação e avaliar o momento certo para agir – muitas vezes, de forma preventiva.
