Reino Unido começa a ver resultados da lei que proíbe celular nas escolas
Bons Fluidos
Recentemente, o governo brasileiro afirmou que aplicaria uma lei que proíbe celulares no ensino público e privado. Com isso, algumas pessoas ficaram se perguntando como funcionaria isso. Apesar de algumas diferenças, o Reino Unido implementou a medida para valer em fevereiro deste ano e as escolas já estão vendo os resultados. Sendo assim, trouxemos alguns depoimentos para você conferir.
Como funciona a lei no Reino Unido?
Aqui, no Brasil, se aprovarem a lei, apenas os mais novos não poderão utilizar os celulares. O governo britânico, por sua vez, não permite nenhum aluno usar aparelho algum nas dependências das escolas. Sendo assim, se alguém for para o ambiente com o smartphone, tem que entregá-lo aos responsáveis da escola no início do dia, só passando a pegar o objeto novamente ao fim das atividades escolares.
Os resultados
De acordo com a apuração da BBC, algumas pessoas demoraram um pouco para se acostumar, mas depois, passaram a interagir muito mais uns com os outros. A diretora de uma das instituições de ensino, localizada em Devon, afirmou que os professores perceberam diferença até no desempenho escolar dos alunos. Com isso, 60 escolas de Londres, agora, estão revisando suas políticas sobre os usos de aparelhos celulares.
A entidade Smartphone Free Childhood (Infância Livre de Smartphones, em tradução em literal) está sugerindo até que os pais posterguem um pouco a compra do primeiro celular, com o objetivo de reduzir o uso. Caso o contrário e eles não quiserem, que optem, então, por comprar outros tipos de telefone que só permitem chamadas e mensagens de texto.
Como acontecerá no Brasil, se a lei for aprovada?
A lei que proíbe celular nas escolas tem foco no ensino público e nas escolas particulares, principalmente nos alunos de dez anos ou menos. A mesma sugere restringir o uso dos dispositivos eletrônicos durante as atividades escolares e o intervalo. As únicas exceções são a utilização com fins pedagógicos, acessibilidade, condições médicas e inclusão.
A justificativa está em estudos que mostram o risco do uso livre por crianças menores de dez anos, especialmente em relação à exposição a conteúdos inapropriados. Uma das consequências pode acontecer no desenvolvimento emocional e psicológico dos pequenos, mas também pode impactar a visão, a habilidade motora e a socialização, por exemplo, por causa do uso excessivo de telas.
No caso de alunos com 11 anos ou mais, a abordagem é diferente. O motivo é que os estudantes possuem uma capacidade maior de autorregulação. Desta forma, eles podem usar os dispositivos eletrônicos desde que seja para fins educativos e sob supervisão docente.