PlayStation 2: do pior ao melhor jogo, segundo a crítica
Tecmundo
Este texto nem precisaria de introdução, mas vou começar dizendo algumas palavras: lendário, saudoso, incrível, divertido e nostálgico! O console que vamos falar hoje marcou uma geração inteira, principalmente no Brasil, já que a esmagadora maioria dos jogadores de hoje começaram com esse clássico.
Sem dúvida, um dos melhores video games já feitos, e isso não está aberto a discussões. Boas-vindas a mais um episódio do Pior ao Melhor de consoles com o PlayStation 2. A seguir estão nossos critérios, então prestem bastante atenção.
- As notas apresentadas são baseadas no agregador de notas Metacritic.
- Nós separamos os sete melhores e os sete piores jogos do video game. Em caso de empates, nós usamos a nota dos usuários como desempate.
Vamos começar com os piores.
7) Charlie and the Chocolate Factory (2005) — 35
Charlie and the Chocolate Factory, lançado em 2005, ficou em 7° lugar. O game foi inspirado no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, lançado nesse mesmo ano. Cada um dos níveis acompanha um momento do filme, como juntar dinheiro para comprar chocolate e ajudar Augustus Gloop a sair do cano que ele fica preso. Grande parte do elenco do longa-metragem forneceu suas vozes para o título, com exceção de Johnny Depp, que interpreta o Willy Wonka.
A parte sonora é muito boa, mas os elogios param por aí. Os controles são estranhos, os objetivos são extremamente repetitivos e a duração do game é bem curta, aproximadamente 5 horas. A nota dele é 35.
6) Jeremy McGrath Supercross World (2001) — 35
Em 6° lugar, temos Jeremy McGrath Supercross World, lançado em 2001. Ele é um jogo de motocross, com corridas de motocicleta em off-road que levam o nome do piloto da categoria conhecido mundialmente. Sua jogabilidade é uma mistura de simulação com estilo arcade e foco no modo carreira, que é singleplayer.
Os analistas consideraram seus gráficos feios, os controles estranhos e frustrantes, a inteligência artificial é fraca e o único elemento que se salva é a trilha sonora, o que não significa nada. A nota do jogo é 35.
5) McFarlane's Evil Prophecy (2004) — 34
McFarlane's Evil Prophecy, lançado em 2004, leva o jogador ao século 19, quando os mortos voltaram à superfície para provocar caos ao mundo e dominá-lo de vez. O título é baseado na linha de actions figures de Todd McFarlane, incluindo o monstro Frankenstein e o vampiro Drácula.
O que acabou sendo monstruoso mesmo foi o resultado. O game não é nada sólido, tem um fator diversão negativo, a história é fraca e os seus personagens são todos iguais. Ele também ficou com 34 de nota.
4) Mike Tyson Heavyweight Boxing (2002) — 33
Em 4° lugar, mais um jogo que leva o nome de uma grande personalidade. Mike Tyson Heavyweight Boxing, lançado em 2002, é um game de boxe desenvolvido pela Codemasters, que recentemente foi comprada pela Eletronic Arts, apresentando diversos lutadores, 4 modos de jogo e criação de personagem.
Porém, o título é simplesmente péssimo. A inteligência artificial é inconstante, os controles são bem estranhos e os gráficos são cheios de problemas, fazendo que ele falhe no principal intuito de um jogo: a diversão. A sua nota é 33.
3) MTV's Celebrity Deathmatch (2003) — 32
MTV's Celebrity Deathmatch, lançado em 2003, é um jogo de luta livre baseado no programa de animação que foi transmitido entre 1998 e 2007. Ele conta com 27 personagens, muitos deles sendo pessoas famosas, cada um com 2 estilos de luta e golpes especiais.
O game até parece divertido, mas na verdade ele não é. A sua jogabilidade é horrorosa, há pouquíssimos modos disponíveis, os gráficos não seguem a pegada da série de TV e os sons são bem ruins. Tudo nele, do começo ao fim, é bem ruim. A nota dele é 32.
2) GoDai: Elemental Force (2002) — 27
Em 2° lugar ficou GoDai: Elemental Force, lançado em 2002. O título é de ação em 3 dimensões com foco no combate corpo a corpo, em que o jogador controla um ninja chamado Hiro, que usa diversas armas diferentes.
O jogo tem diversos problemas que faz ele ser basicamente impossível de jogar. Slowdowns, baixo framerate, gameplay com pouca diversão, péssima detecção de colisão e gráficos fracos. Nem um pouco atrativo! A nota dele é 27.
1) Gravity Games Bike: Street Vert Dirt (2002) — 24
Em 1° lugar entre os péssimos, temos Gravity Games Bike: Street Vert Dirt, lançado em 2002. Ele é um jogo de BMX, que é o esporte radical usando pequenas bicicletas, que conta com 21 personagens, 10 níveis e diversas manobras.
Se ele está aqui no topo da lista, quer dizer que ele é horroroso, né? Exatamente! Controles pouco responsivos, péssima detecção de colisão, sound design muito ruim e uma quantidade bem grande de glitches. Com isso, ele levou 24 de nota.
Agora, vamos para os melhores.
7) Gran Turismo 3: A-Spec (2001) — 95
Gran Turismo 3: A-Spec, lançado em 2001, repaginou o modo Simulação com um layout reorganizado e estruturado em desafios e corridas. Os carros, que passaram por uma drástica redução, contam com 181 no total, são separados por países e montadoras. A quantidade diminuiu em relação a seu antecessor, pois a empresa preferiu dar um maior foco maior aos gráficos. Já as pistas tiveram um aumento em quantidade, indo para 34.
O game conta com 6 carros de Fórmula 1 não licenciados e, entre eles, temos o carro do nosso saudoso Ayrton Senna. A cada 25% de conclusão que o jogador faz, ele é recompensado com um carro como prêmio especial. Na parte de desenvolvimento, as melhoras gráficas e técnicas são graças ao hardware mais potente do PlayStation 2, que tinha chegado ao mercado no ano anterior.
O game foi um completo sucesso de críticas e vendas, sendo o título da franquia que mais vendeu até hoje, com quase 15 milhões de unidades comercializadas. Entre os elogios dos analistas, estão os gráficos, o realismo, a trilha sonora, o design de som, os controles, a quantidade bem grande de veículos licenciados, a gameplay mais profunda e difícil etc. Ele ficou com 95 de nota.
6) Grand Theft Auto: Vice City (2002) — 95
No fim de 2002, chegava às lojas Grand Theft Auto: Vice City. No game, acompanhamos Tommy Vercetti, criminoso da Máfia Forelli que acabou de sair da prisão após cumprir 15 anos por assassinato. Logo que volta à liberdade, seu chefe, Sonny Forelli, manda Tommy a Vice City para que ele estabeleça uma operação de drogas da organização. Só que o trabalho do nosso protagonista será bem complicado, tendo que realizar diversas tarefas que colocarão a vida dele em risco.
Entre as principais influências do visual estão os filmes Scarface e O Pagamento Final, ambos protagonizados por Al Pacino e dirigidos por Brian de Palma, além da série de televisão dos anos 80, Miami Vice. O mapa de 9 quilômetros quadrados é dividido em duas grandes ilhas, e as áreas vão sendo desbloqueadas com o passar da gameplay. O desenvolvimento do título começou no fim de 2001, após o lançamento de GTA 3, mas só a parte de modelagem dos personagens 3D.
A produção começou efetivamente no começo de 2002, e ele era pensado como um pacote de expansão para o seu antecessor, adicionando missões, roupas, veículos e armas. Depois de algumas discussões, decidiram torná-lo um stand alone com o nome da cidade que ele se passaria. Na época, esse era o game com maior orçamento da empresa, 5 milhões de dólares, que, comparados aos 137 milhões do GTA V, parece troco de pinga. No total, ele tem 8 mil linhas de áudio, 90 minutos de cutscenes e 9 horas de músicas, que totalizam 113 faixas e comerciais.
A crítica elogiou as missões, dizendo que elas são mais complexas e que o enredo ficou melhor por conta disso. O mesmo vale para o protagonista Tommy, que recebeu a voz do ator Ray Liotta, que foi descrito como muito carismático. O mundo é mais detalhado e realista do que seu antecessor, a trilha sonora é inesquecível e os personagens coloridos e memoráveis. Como ele não é absolutamente perfeito, a inteligência artificial e o tempo de carregamento das fases desagradaram os analistas. A nota desse game foi 95.
5) Grand Theft Auto: San Andreas (2004) — 95
Ninguém duvidava que Grand Theft Auto: San Andreas, lançado em 2004, iria aparecer aqui. Então por onde começar? Pela incrível história de Carl Johnson, mais conhecido como CJ, que volta para a sua cidade natal, San Andreas, após a morte de sua mãe e acaba se envolvendo na guerra entre as gangues Grove Street Families e Ballas? Pelo seu mundo aberto gigantesco e não linear, cheio de ações para serem feitas e que dá uma liberdade para os jogadores criarem as próprias aventuras? Ou sua personalização que usa elementos de RPG para oferecer ao jogador um protagonista do seu jeito, seja tanto em aparência quanto em combate?
Podemos iniciar também pelos 212 veículos, entre eles carros, bicicletas e jetpacks, que têm uma física parecida com Midnight Club e contam com 11 estações de rádio de diferentes estilos para serem tocadas? Ou pelo incrível trabalho de voz que conta com 861 atores creditados, entre eles Samuel L Jackson, David Cross e Ice-T? Também pode ser pelo Hot Cof… opa, esse aqui não, deixa quieto.
Bem, o jogo é um clássico absoluto e, para alguns, o melhor de toda a franquia. Seus elogios relacionados ao mundo, à história e ao trabalho de voz são incontáveis. Ele acabou recebendo críticas relacionadas a modelagem dos personagens, as texturas de baixa resolução e alguns problemas de controle, como a mira automática, mas os diversos prêmios de melhor game do ano e as mais de 12 milhões de unidades comercializadas em menos de 6 meses mostram que os 95 de nota são merecidíssimos.
4) Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (2001) — 96
Chegamos ao 4° lugar com Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, lançado em 2001. A tão esperada sequência da história do nosso amado Solid Snake foi protagonizada por Raiden, que é encarregado de enfrentar um grupo criminoso que se autointitulou “Os Filhos da Liberdade” (Sons of Liberty).
Assim como seu antecessor, ele foca no stealth, apresentando inimigos mais inteligentes e que trabalham em grupo, usando um radinho para se comunicarem. Se o player der um tiro no rádio, eles param de funcionar. Além disso, a mecânica de cover foi melhorada e uma de mira laser foi adicionada.
A principal crítica que o game recebeu foi a de que os jogadores foram prometidos ao adorado Solid Snake — toda propaganda do jogo envolvia o soldado lendário, e até a capa do game mostrava uma arte incrível de Solid. Porém, a história, cheia de plot twists e conversas profundas sobre filosofia e política, justifica muito bem o motivo da equipe de marketing ter "passado a perna" nos fãs da série. Metal Gear Solid 2 mostra de maneira excelente como o bem e o mal são faces da mesma moeda, algo que vira recorrente nos jogos futuros da série. Tamanhas reflexões conferiram ao jogo a merecida nota 96.
3) Resident Evil 4 (2005) — 96
Em 3° lugar, está um dos mais amados jogos da franquia de zumbis mais conhecida dos games: Resident Evil 4 (lançado em 2005). A história acompanha o agente especial do governo americano Leon S. Kennedy, que tem como missão resgatar a filha do presidente do país, Ashley Graham, que foi raptada por um culto bizarro. Agora, nosso herói deve combater uma horda de inimigos enquanto aguenta os gritos insuportáveis de Ashley.
Ele muda a perspectiva dos games principais da franquia, saindo de câmera fixa e indo para um TPS over the shoulder. Além disso, o jogo começa a ter mais elementos de ação na sua jogabilidade, mesmo que se mantenha na premissa de um survivor horror com muitos puzzles e alguns sustos. Ele também tem controles sensíveis ao contexto e quick time events, esse último estando mais presente nas batalhas contra chefões. Os inimigos agora estão mais inteligentes, podendo carregar armas, trabalhar coletivamente e até escapar de ataques.
O inventário foi mudado para o sistema de grid que usamos até hoje. A mala de equipamentos de Leon tem um número específico de quadrados, que representam o espaço disponível. O jogador então deve organizar para que tudo caiba lá dentro.
O game foi um completo sucesso e até hoje é um dos games mais bem avaliados do Metacritic. Os analistas elogiaram seus visuais, o design dos personagens, as atuações, a história no geral e a nova gameplay. A sua nota é 96.
2) Tony Hawk's Pro Skater 3 (2001) — 97
Tony Hawk's Pro Skater 3, lançado em 2001, ocupa o 2° lugar desta lista. O game introduziu uma cacetada de novos tricks, como o reverts, que permitem aos jogadores conectarem manobras verticais com manuais, isso para aumentar ainda mais a pontuação. O game também foi o 1° da franquia a ter funcionalidades online que infelizmente não podem ser mais acessadas por conta de os servidores terem sido fechados. A versão de PS2 usa gráficos atualizados em relação ao Pro Skater 2.
Sobre a crítica, o título é até hoje descrito como um dos melhores lançados para o PlayStation 2. Muitos analistas descreveram-no como incrível, viciante e até perfeito, ou seja, não há mais nada a dizer a não ser a nota: 97.
1) Grand Theft Auto III (2001) — 97
Grand Theft Auto III (GTA3), lançado em 2001, é considerado o título mais importante da franquia. O porquê é simples: esse foi o título que transformou o GTA no que conhecemos hoje. Uma câmera em 3ª pessoa, um mundo 3D gigantesco para ser explorado e um personagem com uma história cativante. Algo interessante sobre o protagonista, Claude, que escapou da prisão e está em busca de vingança de sua namorada, Catalina, que, durante um assalto a banco, o traiu e o deixou para morrer, é que ele é totalmente quieto, calado.
Outro fato curioso é que, além de sem voz, ele também não tem nome. Só em San Andreas, que foi lançado 3 anos depois, o nome foi oficializado. A ideia dos produtores é que o personagem seria quem o jogador quisesse que ele fosse.
O game se passa em Liberty City, que é inspirada na cidade de Nova York. Por conta dos atentados de 11 de setembro de 2001, o mesmo ano do lançamento do jogo, algumas referências e alguns aspectos da gameplay foram modificados, pois não eram muito apropriados. O carro da polícia mudou para um design preto e branco padrão em vez de se remeter aos da cidade dos ataques, e uma missão que fazia referência a terroristas foi retirada, inclusive diálogos de pedestre foram modificados. Além disso, o game sairia em 19 de setembro, mas foi adiado em 3 semanas.
GTA 3 foi feito pela DMA Design, da Escócia, e pela Rockstar, de Nova York, usando como referência filmes de mafiosos do diretor Martin Scorsese e jogos como Legend of Zelda e Super Mario 64. Muitos personagens foram animados por meio de captura de movimento, mas a equipe de produção teve dificuldade em animar NPCs entrando em veículos, isso por conta da variedade do tamanho dos automóveis.
No fim, o jogo foi um sucesso absoluto. De forma sucinta, os analistas amaram o som, a gameplay e o design do mundo, mas não curtiram os controles, que pareciam meio estranhos. Ele encabeça esta lista com 97 de nota.