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Passatempos de 3 milênios atrás: os jogos de tabuleiro do Antigo Egito
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Passatempos de 3 milênios atrás: os jogos de tabuleiro do Antigo Egito

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Aventuras Na História
11/03/2023 17h00
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©Divulgação/ Brooklyn Museum
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A humanidade já gosta de jogos de tabuleiro há pelo menos 4.600 anos, com essas atividades de lazer estando presentes já nas primeiras civilizações da Mesopotâmia. O mais antigo deles a já ter sido descoberto é o "Jogo Real de Ur", que ganhou esse nome por ter sido encontrado em meio às ruínas de tumbas reais localizadas na cidade suméria de Ur. 

Existem muitas evidências arqueológicas a respeito dos jogos do Império Egito, em particular. Não apenas sobreviveram peças, dados e tabuleiros, como também papiros e afrescos com gravuras que mostrariam jogadores. Graças a esses vestígios históricos, os cientistas foram inclusive capazes de deduzir as regras de muitos desses passatempos milenares.

Vinte quadrados 

Tabuleiro de Jogo Real de Ur / Crédito: Divulgação/ British Museum 

 

Muito popular naquela região do crescente fértil, o "Jogo Real de Ur" eventualmente ganhou sua versão egípcia. Segundo informações do Museu Metropolitano de Arte (MET), localizado na cidade norte-americana de Nova York, os egípcios adotaram a forma de diversão há 3.500 anos, pouco mais de um milênio após seu surgimento em outras porções da Mesopotâmia. 

O jogo, que também é chamado por vezes de "Vinte Quadrados" em referência à quantidade de casas do tabuleiro, consiste em uma disputa entre dois adversários para ver quem consegue cruzar todos os quadrados primeiro. 

Para descobrir quantas casas cada um pode andar, era utilizada uma versão primitiva de nossos dados atuais — astrágalos, que são ossos presentes no tornozelo de mamíferos. Em geral, as pessoas da Antiguidade usavam os astrágalos de ovelhas ou cabras. Esses ossos de formato curioso possuem quatro faces diferentes entre si, de forma que podem ser atribuídos valores diferentes para cada lado. 

Astrálagos / Crédito: Divulgação/ MET 

 

Outro detalhe interessante é que existem casas "especiais" no tabuleiro, que permitem ao jogador ter uma vantagem caso sua peça caia nelas. Em sua variação suméria, elas costumam ser marcadas por desenhos de rosetas, e, na egípcia, são hieróglifos que ocupam esse papel. Para experimentar uma versão digital do "Jogo Real de Ur", clique aqui. 

Senet

Tabuleiro de Senet, peças e dados de osso / Crédito: Divulgação/ MET 

 

O Senet, por sua vez, é considerado o mais popular jogo do Antigo Egito. Seu nome pode ser traduzido como "passagem", com a atividade possuindo uma simbologia conectada às crenças egípcias de vida após a morte.

Segundo a mitologia desta civilização, pessoas falecidas precisavam realizar uma série de tarefas e rituais para que seus espíritos tivessem acesso ao Mundo dos Mortos, onde poderiam viver de forma eterna. 

Painel egípcio mostrando a rainha Nefertari jogando Senet / Crédito: Divulgação/ MET 

 

O Senet era praticado em um tabuleiro de três fileiras com dez quadrados cada, funcionando também neste modelo de "corrida", em que era preciso movimentar as peças através de certas casas antes do adversário a fim de ganhar dele. 

No tabuleiro, também haviam casas com marcações especiais, com algumas delas prejudicando os jogadores, e outras ajudando. Abaixo, é possível ver um conjunto de Senet egípcio que está atualmente em exposição no MET.

Tabuleiro de Senet / Crédito: Divulgação/ MET 

 

Em um desses quadrados marcados, existe um desenho que representa "água", configurando um obstáculo, de forma que os jogadores precisariam voltar as peças para trás caso caíssem nessa casa. Vale mencionar que, neste tabuleiro, existem cerâmicas azul-esverdeadas, uma cor que simbolizava a vida para as pessoas do Império do Egito.

Detentor de regras complexas, o jogo milenar ainda permitia que um adversário impedisse o outro de avançar com suas peças em determinadas situações. Para experimentar uma versão online do passatempo, clique aqui. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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