Endometriose: Mindfulness pode ajudar no combate à dor
Bons Fluidos
A endometriose é quando as células do tecido que reveste o útero, ou endométrio, ao invés de serem expulsas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, aonde voltam a multiplicar-se e a sangrar.
Entre os sintomas mais comuns estão as cólicas fortes, dor durante as relações sexuais, fadiga, diarreia e dificuldade de engravidar – já que sabemos que a infertilidade está presente em cerca de 40% das mulheres com endometriose – dores e sangramento ao urinar e evacuar, especialmente durante a menstruação.
E o que a meditação Mindfulness tem a ver com a endometriose?
Além dos benefícios para a saúde mental, já que a prática de Mindfulness reduz o estresse e ansiedade, diminui os sintomas depressivos, aumento do autoconhecimento e da autoestima, o foco nas atividades, melhora a memória e a qualidade do sono, amplia as emoções positivas e dá mais equilíbrio emocional, há um alívio de dores crônicas.
E isso pode ser comprovado. Um artigo de revisão “O impacto do Mindfulness no controle da expressão gênica: uma revisão integrativa” (2020) mostrou o impacto da meditação e Mindfulness nas células imunes e marcadores inflamatórios relacionados ao estresse.
Hoje já existem evidências de que a prática de Mindfulness influencia os mecanismos inflamatórios e epigenéicos, relevantes nos transtornos de humor e estresse.
O desenvolvimento de concentração, atenção e aceitação momento a momento muda realmente os padrões cerebrais e modula a informação epigenética, traduzindo um estado anti-inflamatório com um impacto positivo na qualidade de vida da paciente.
Um artigo mais recene, de 2022 (“A Single-blind, randomized, pilot study of a brief mindfulness-based intervention for the endometriosis-related pain management”), de um médico especialista em endometriose, mostra de forma objetiva o benefício da intervenção baseada em Mindfulness no manejo da dor.
Os resultados mostraram que a prática de Mindfulness ajudou a trabalhar a dimensão afetiva da dor (com necessidade de focar e valorizar experiências positivas e prazerosas mesmo com dor). Ou seja, a prática de Atenção Plena ensina a viver apesar da dor e não em função dela.
E claro que a ansiedade e o estresse interferem negativamente em qualquer quadro de dor crônica, alterando negativamente a percepção que as pessoas têm de si mesmas e da própria dor (potencializando-a). E o melhor: Mindfulness não tem a ver com nenhuma religião (é para todos), é simples e mais fácil de encaixar na rotina corrida do que muita gente imagina.
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