Viagem com crianças: nutricionista dá dicas sobre alimentação
Rota De Férias
Com a correria do dia a dia, muitos pais sentem dificuldade em introduzir hábitos saudáveis na alimentação de seus filhos. Isso pode ser um problema extra durante viagens, já que os cardápios costumam variar conforme o destino escolhido e as comidas industrializadas tendem a ser consumidas em maior quantidade.
A nutricionista Luana Crystina Borges Sales, responsável pelo menu infantil do Rio Quente Resorts (que conta com opções balanceadas e saudáveis), em Goiás, traz algumas dicas para os pais que querem tornar esse processo mais fácil durante a viagem. Vale destacar que elas também podem ser seguidas em casa.
Viagem com crianças: dicas de alimentação
1. Hidratação
As crianças se desidratam com facilidade e, com o clima quente, a transpiração costuma aumentar. Por isso, é necessária a ingestão de líquidos, como água, sucos e chás gelados. A água de coco também é muito recomendada, uma vez que sua composição é semelhante à dos líquidos corporais, contribuindo para a hidratação e para a reposição de minerais como o potássio.
2. A família é o grande exemplo
Fazer as refeições junto com a família ajuda a incentivar a criança a experimentar novos alimentos. Os pequenos são o espelho do que vivenciam. Portanto, ao proporcionar um ambiente aconchegante e com variedade durante as refeições, eles irão consumir os mesmos ingredientes e bebidas que os adultos.
3. Alimentação colorida e variada
É importante que a alimentação seja diversificada. A dica é escolher diferentes grupos de alimentos na hora de montar o prato, como proteína, carboidratos (integrais, de preferência) e variedade de cores nas verduras e leguminosas. Além disso, o ideal é oferecer duas frutas diferentes ao dia, dando preferência às amarelas e alaranjadas, que são ricas em vitamina A (nutriente importante na fase de desenvolvimento).
Construa o prato sempre com duas ou três opções de verduras de cores diferentes, ofereça carne nas refeições (principalmente, as magras) e, pelo menos uma vez na semana, sirva vísceras ou miúdos, que são boas fontes de ferro. Já para as crianças que não consomem carne, ofereça junto aos vegetais verde escuro e feijão, alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão e acerola.
4. Uso do sal
A hipertensão pode ser prevenida durante a infância. Estudos realizados na última década mostram que o sal tem forte relação com o desenvolvimento da pressão alta, mesmo na infância. O consumo logo nos primeiros meses de vida é crucial para o desenvolvimento do paladar, uma vez que a quantidade ofertada tende a aumentar com o passar dos anos, fazendo com que a criança ingira uma dose diária superior à recomendada.
5. Quantidade de açúcar nos alimentos
Já o abuso de açúcar desde cedo expõe a criança a perigos que podem se estender pela vida toda, como diabetes e obesidade. Trocar os lanches industrializados por frutas com cereais e cookies integrais é uma boa pedida.
É importante também se atentar aos ingredientes dos itens industrializados, pois o açúcar pode ser identificado por outros nomes, como frutose, xarope de milho, dextrose, lactose, glucose. Caso apareça em primeiro na lista, sua quantidade é elevada.
6. Cuidado com alimentos industrializados
Alimentos industrializados são carregados de aditivos químicos, gorduras e açúcar, que formam o sabor que tanto agrada as crianças. Muitas vezes, eles são responsáveis pelo excesso de peso, riscos de desenvolver hipertensão e por problemas como níveis altos de triglicérides, gastrite, desnutrição (por carência de vitaminas), anemia ferropriva (falta de ferro) e aumento do colesterol.
É indispensável que os pais tenham atenção aos rótulos e embalagens, analisando bem a quantidade de açúcar, sal e gordura, além de corantes, conservantes, aromatizantes, acidulantes e estabilizantes.
7. Evite oferecer atrativos durante as refeições
A criança precisa interagir com o alimento, se interessar, sentir sabor, textura e fazer com que o organismo envie comandos para avisar que está saciado. Isso proporciona uma alimentação em quantidade e variedade adequadas. Para isso, é necessário que a refeição não seja uma atividade paralela à distração oferecida, como a TV, tablet e celular. Dessa maneira, também será mais fácil compreender quais alimentos os pequenos mais gostam.