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Phil Spector: de produtor de Beatles e Ramones a condenado por assassinato
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Phil Spector: de produtor de Beatles e Ramones a condenado por assassinato

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Aventuras Na História
19/03/2023 20h00
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©Getty Images
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Considerado um gênio musical de seu tempo, Phil Spector tinha apenas 17 anos quando alcançou o Top10 dos Estados Unidos tocando ‘To Know Him Is To Love Him’ com os The Teddy Bears. 

Mas foi seu papel como produtor quer o colocou em um patamar único. Nessa função, atuou com algumas das maiores estrelas da música, revolucionando o cenário pop ao criar a "parede sonora" — com seu efeito denso e em camadas.

Aos 21, Spector já era milionário, produzindo sucessos para nomes como Tina Turner, The Ronettes, The Righteous Brothers, Cher, Bruce Springsteen, Ramones e The Beatles — sendo responsável, inclusive, pelo trabalho de destaque dos Garotos de Liverpool, o disco ‘Let it Be’. Ele também esteve ao lado de John Lennon em 'Imagine'. 

Embora considerado genial, Phil Spector entra naquela lista de debate sobre: ‘É possível separar a arte do artista? 

Afinal, o produtor induzido ao Hall da Fama do Rock e ao Hall da Fama dos Compositores, e que também foi considerado pela revista Rolling Stone como o 63º maior artista da história, assassinou a atriz Lana Clarkson com um único tiro na boca, em 2003. 

Crime brutal

Na noite de 2 de fevereiro de 2003, Phil Spector encontrou um amigo para jantar em Los Angeles. Segundo matéria da News Sky, diversas testemunhas relataram que o produtor havia consumido muito álcool. 

Mas apesar de sua evidente embriaguez, a noite estava longe de terminar para ele. Após idas e vindas por redutos hollywoodianos, Spector acabou fazendo sua última parada no clube House of Blues na Sunset Strip de Los Angeles.

Por lá, o produtor conheceu a atriz Lana Clarkson, que trabalhava como recepcionista do estabelecimento. Após altas horas de conversa, Phil Spector a convidou para lhe acompanhar até sua mansão em Alhambra, na Califórnia — uma residência de 33 quartos com torres empoleiradas em uma colina, descreve o The Guardian. Duas horas depois, porém, Lana estava morta. 

Já na madrugada de 3 de fevereiro, o motorista do produtor, o estudante brasileiro Adriano de Souza, relatou ter ouvido um barulho dentro da propriedade. Em segundos, Phil saiu por uma porta e disse: 

Acho que matei alguém”, reporta a News Sky. 

Minutos depois, os policiais chegam até a mansão e encontram o cadáver de Lana Clarkson caído ao lado de uma cadeira com um único tiro na boca, que quebrou seus dentes e os deixou espalhados pelo tapete. 

Arma ao lado de corpo da atriz Lana Clarkson/ Crédito: Getty Images

 

À revista Equire, em 2003, Phil Spector disse que a morte da atriz foi um “suicídio acidental” depois que ela “beijou a arma”. Segundo a BBC em 2007, os exames forenses também não conseguiram encontrar impressões digitais no revólver. 

Um ponto pouco favorável a Phil, porém, era o fato de que ele já havia apontado uma arma para quatro mulheres em diferentes ocasiões, afirmou a promotoria, segundo relatado pelo The Guardian, que conseguiu a liberação dessas testemunhas para deporem no julgamento.

O julgamento

Por pagar uma fiança de um milhão de dólares, Phil Spector permaneceu em liberdade enquanto aguardava seu julgamento, iniciado em 19 de março de 2007. O juiz Larry Paul Fidler permitiu que o processo do Tribunal Superior de Los Angeles fosse televisionado, o que atraiu ainda mais a atenção da mídia. 

No início do julgamento, o especialista forense de defesa Henry Lee foi acusado de esconder evidências cruciais que o escritório do promotor público alegou que poderiam provar a culpa de Spector

Paralelamente a isso, o réu parecia deleitar-se da exposição da mídia e transformou o julgamento em seu grande palco de espetáculos. Usando uma peruca diferente a cada sessão, trajes extravagantes e a companhia de sua ‘esposa troféu’, como descreveu o The Guardian, Phil não foi saiu de lá condenado.

Em 26 de setembro de 2007, o juiz Fidler declarou a anulação do julgamento devido ao júri não ter chegado a um veredicto unânime. 

O produtor Phil Spector/ Crédito: Getty Images

 

O novo julgamento de Spector por assassinato em segundo grau começou em 20 de outubro de 2008. Embora o juiz Fidler tenha presidido novamente o caso, desta vez o processo não foi televisionado, ocasionando um Phil bem mais comportado e regrado, abandonando a teatralidade e exoticidade. 

O caso foi para o júri em 26 de março de 2009 e, dezenove dias depois, em 13 de abril, o júri deu o veredicto de culpado, noticiou a BBC. Além disso, Spector foi considerado culpado de usar uma arma de fogo na prática de um crime, o que adicionou quatro anos à sentença. 

Rachelle Spector, sua então esposa, defendeu o companheiro. "Minha reação, meu Deus, meu esposo foi julgado no tribunal da opinião pública, não em um tribunal de justiça. Meu objetivo principal é provar a inocência de meu marido e recuperar sua honra", afirmou Rachelle.

Mugshot de Phil Spector/ Crédito: Getty Images

 

Phil Spector foi imediatamente levado sob custódia e foi condenado, em 29 de maio de 2009, a 19 anos de prisão no sistema prisional do estado da Califórnia — pena que ele cumpriu até sua morte, aos 81 anos, em janeiro de 2021.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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