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A curiosa erva alucinógena encontrada em uma cerâmica maia
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A curiosa erva alucinógena encontrada em uma cerâmica maia

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Aventuras Na História
15/08/2021 14h00
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O hábito de consumir ervas como método medicinal é pautado muito antes da recorrente discussão sobre o uso da maconha e derivados da planta cannabis em medicamentos e com o seu fumo; conforme noticiamos anteriormente, há registros de nativos americanos que utilizavam uma planta chamada Rhus glabra há 1,4 mil para possibilitar o consumo junto ao tabaco como cura de enfermidades.

Da cannabis, em específico, há registros anteriormente noticiados de seu uso doméstico há 12 mil anos na China, contando com cultivo para fins medicinais e também recreativos. Contudo, no início de 2021, um curioso ornamento maia datado de mais de 1 mil anos revelou ainda mais curiosidades sobre o uso de ervas e tabaco para aprimorar o fumo.

14 vasos confeccionados em cerâmica em miniatura foram localizados por pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, EUA, durante uma expedição arqueológica em Yucatán, no México, em 2012.

Com características maias, a surpresa ficou por conta do material armazenado nos objetos com a conclusão de seus exames. Tratava-se do primeiro achado de uma planta diferente do tabaco destinado para fumo em um item desta civilização.

Equipe demarca local de achado durante expedição arqueológica / Crédito: Zimmermann et al./Scientific Reports 2021

 

A planta nova

A mistura conhecida de tabaco seco e curado, cujos nomes científicos são Nicotiana tabacum e Nicotiana rustica, respectivamente, eram somados a chamada "calêndula mexicana", de nome científico Tagetes lucida.

Usada atualmente em pratos requintados da culinária centro-americana, ela também é conhecida pelos efeitos alucinógenos, adicionando ainda mais curiosidade à descoberta.

O material ainda pôde ser desbravado com maior cuidado devido ao método inédito de avaliação dos nutrientes presentes no item, examinando especificamente o metaboloma, conjunto de metabólitos presentes em tal organismo, possibilitando a compreensão de quantidade e efeitos da planta após a intervenção humana na mistura com o tabaco, mesmo que ocorrida a séculos.

Com isso, a pesquisa pode concluir que o item realmente foi consumido pelo fumo, tendo o artefato como acessório de aquecimento e combustão do material presente — além de compreender que, com a planta misturada ao tabaco, houve uma fumaça com efeitos mais intensa psicologicamente ao consumidor maia.

Dois dos artefatos encontrados durante expedição arqueológica / Crédito: Zimmermann et al./Scientific Reports 2021

 

Explicações históricas

Em comunicado publicado no portal da universidade, o principal autor da descoberta, Mario Zimmermann, explica que o recipiente, aparentemente intacto, possibilitou uma pesquisa classificada como "muito interessante" pela contribuição com a história do uso de substâncias psicoativas, especialmente em sociedades pré-colombianas.

Embora tenha sido estabelecido que o tabaco era comumente usado nas Américas antes e depois do contato [com os colonizadores], as evidências de outras plantas usadas para fins medicinais ou religiosos permaneceram amplamente inexploradas”, disse o líder na nota.

Agora, os pesquisadores não descartam uma pesquisa ainda mais a fundo com o possível hábito antigo de fumo, inalação e mastigação de plantas psicoativas, negociando com instituições do México para a procura de materiais humanos de períodos próximos visando examinar resíduos orgânicos que evidenciem o consumo.


 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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