A intrigante história da baleia mais solitária do mundo
Aventuras Na História
Em plena Guerra Fria, em 1989, enquanto militares dos Estados Unidos estavam em missão para encontrar submarinos soviéticos, o que encontraram foi algo muito mais incomum. Através do monitoramento de seus equipamentos marítimos, os soldados identificaram um som estranho, vindo do Pacífico Norte.
O som foi classificado como vindo de uma baleia, mas alguma coisa ainda não parecia normal. Em comparação com outros sons já captados, aquele era distinto e quase indecifrável. A frequência que as baleias cantam é entre 15 e 20 hertz; este animal, entretanto, cantava em 52 hertz.
Para os humanos, o barulho seria tão grave quanto o de uma tuba, já para outras baleias, é extremamente agudo, praticamente imperceptível. A frequência é inaudível para os espécimes, assim, a ‘baleia de 52 hertz’ foi classificada como ‘a mais solitária do mundo’.
As baleias são bichos bastante sociáveis e usam sua voz para atrair outros membros da espécie, como uma forma de comunicação. Porém, devido à característica estranha deste animal marinho em particular, seu desejo de ser notado é em vão.
Após o fim da Guerra Fria, em 1991, os militares repassaram o que sabiam sobre a baleia para pesquisadores marinhos — o que não era muito —, todavia, até hoje inúmeros enigmas continuam em aberto.
A baleia 52 hertz
Não está claro se a 52 hertz é fêmea ou macho, alguns especialistas sugerem que seja um espécime masculino, baseado no consenso de que são os machos que cantam para atrair suas parceiras, segundo a Gazeta do Povo.
A espécie também é incerta, enquanto alguns pesquisadores acreditam que seja uma baleia-azul por conta de sua rota, outros pensam que seria um híbrido, o que explicaria a deformidade em sua voz e a exclusividade perante a outros animais.
Para saber com certeza os biólogos marinhos teriam que examinar a Blue, uma tarefa praticamente impossível devido à imensidão do oceano. Apesar de sua frequência ter sido detectada por aparelhos, encontrar a baleia não é tão simples assim, mesmo que sua rota seja mapeada.
Enquanto sua fama de baleia mais solitária se espalhou ao redor do mundo, muitos cientistas condenam a dramatização humana em um fenômeno incerto. Não é possível afirmar que Blue sofre por estar sozinha, a humanização seria uma forma de comover os humanos, mais do que tentar entender de fato o que causa sua solidão.
Até hoje, sinais da Blue são detectados, se de fato se tratar de uma baleia-azul, ela pode ter mais alguns anos de vida, pois, os animais da espécie vivem em torno de 80 a 90 anos. O que daria aos humanos mais chances de entender suas características únicas e enfim resolver o mistério.