Abuso físico e sexual: a dura infância de Oprah
Aventuras Na História
Oprah Winfrey é uma das mais famosas apresentadoras de televisão dos Estados Unidos, e uma verdadeira celebridade, de forma que é difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido seu nome.
Além da fama, a norte-americana também é dona de uma fortuna estimada em mais de 2 bilhões, segundo documentado pelo site da Época Negócios.
Já a revista Forbes a considera uma das 80 mulheres mais poderosas do mundo - um detalhe relevante é que ela é a única negra das primeiras 70.
O início da vida da estadunidense, contudo, não foi fácil. Sua mãe a teve com apenas 18 anos, de forma que acabou deixando-a aos cuidados da avó quando ainda era bebê. O pai da futura ícone da televisão norte-americana também não esteve muito presente em sua infância.
Pior que o lar pouco estruturado, todavia, foi o abuso físico e sexual que Winfrey passou a vivenciar quando tinha apenas nove anos de idade.
Quebrando o silêncio
Os episódios traumáticos, que eram perpetrados tanto por seu tio quanto pelos primos, também incluíam espancamentos e ameaças para silenciá-la. Ela apenas revelou ser uma vítima de estupro em 1988 - o que necessitou de muita coragem.
“Na época em que eu admiti isso eu tive medo do que as pessoas iriam dizer e pensar, de como eu seria julgada e o que os membros da minha família iriam dizer. Pois essa é a razão pela qual a maioria das pessoas não fala sobre isso… você nunca revela porque sabe que não é seguro falar a respeito. Você sabe que será hostilizada, que será colocada para baixo e será criticada pelo fato de falar sobre isso”, contou a apresentadora em uma entrevista de 2010 à Barbara Walters, segundo repercutido pela revista Cláudia.
“Aos 9, 10, 11 e 12 anos fui estuprada por meu primo de 19 anos. Eu não sabia o que era estupro. Eu não tinha ideia do que era sexo. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo comigo. Eu mantive esse segredo... é apenas algo que aceitei, que uma menina não está segura em um mundo cheio de homens", relembrou ela durante seu relato na série The Me You Can't See, lançada em 2021.
Os estupros continuaram acontecendo durante cinco anos seguidos, até que Winfrey, então aos 14, foi expulsa de casa por estar grávida.
A segunda chance
Oprah conseguiu morar na casa de seu pai, mas precisou esconder sua gestação tanto da figura paterna quanto da escola. Foi um dos momentos mais complicados de sua vida.
Porém, o momento da revelação de sua gravidez nunca aconteceu. Isso porque o bebê morreu logo depois do parto. “Quando eu perdi aquele bebê, com o qual eu não tinha nenhuma conexão, eu apenas senti alívio. Porque eu pensava ‘antes de esse bebê nascer eu terei que me matar'”, contou Oprah, em uma entrevista a Piers Morgan.
A norte-americana encarou o acontecimento como a vida lhe dando uma segunda chance, e a partir de então começou a se dedicar mais aos estudos, ganhando até mesmo uma visita à Casa Branca como recompensa de seu esforço.
"Por ter sido criada do jeito que fui, porque fui abusada sexualmente, estuprada, que tenho a simpatia pelas pessoas que passaram por isso. É porque fui criada pobre, e sem água corrente, e ter ido para o fundo do poço, e ter ficado fraca, que tenho alguma compaixão por quem passou por isso. E assim passei a ter uma compreensão mais ampla e um profundo apreço por cada pequena e grande coisa que tenho agora", disse a apresentadora durante a série lançada em 2021.
Winfrey também foi lentamente percebendo que seu sonho era trabalhar com televisão, e perseguindo as oportunidades que lhe permitiam chegar perto desse objetivo ainda durante a adolescência.
Ela ganhou um concurso de beleza aos 17, por exemplo, e mais tarde conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade Estadual de Tennessee, onde estudou comunicação. Era apenas o início de uma carreira brilhante, que mostrou que Oprah foi capaz de prosperar a despeito de seu passado traumático.