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Após sofrer ameaças de estupro, ex-soldado descobre grupo na web com mensagens de ódio
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Após sofrer ameaças de estupro, ex-soldado descobre grupo na web com mensagens de ódio

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Aventuras Na História
08/06/2021 17h00
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Em abril de 2021, a ex-soldado Jéssica Paulo do Nascimento, de 28 anos, denunciou um tenente-coronel por assédio sexual e ameaças de morte. Agora, o advogado da mulher protocolou uma petição na Polícia Militar, depois que a oficial descobriu a existência de um grupo no WhatsApp chamado “Todos odeiam Jéssica”.

Segundo o G1, a ex-sargento foi exonerada da PM depois de abandonar a carreira, motivada pela constante pressão que sofria dentro da corporação. Mais tarde, o grupo de mensagens, criado pelo sargento ao qual Jéssica respondia, se tornou mais um capítulo do caso que, de acordo com a oficial, começou ainda em 2018.

Além das denúncias de assédio e ameaças de morte, Jéssica ainda afirma que foi perseguida pelo tenente-coronel Cássio Novaes, o acusado do caso. Em entrevista ao G1 publicada nesta terça-feira, 08, a ex-soldado afirmou que foi desarmada, escalada para o trabalho na rua à noite e teve todos os seus pedidos de transferência negados.

Depois de tudo isso, contudo, ela ainda recebeu imagens do grupo no WhatsApp, onde o seu antigo sargento compartilhava notícias do caso e disseminava ódio contra Jéssica. Em sua denúncia, então, a ex-soldado afirmou que, além do sargento, alguns policiais também foram adicionados ao grupo, mas acabaram saindo aos poucos.

"Eu senti medo. Mesmo pedindo exoneração por causa dele [tenente-coronel], o homem criou um grupo para me humilhar, cujo título dizia que todos me odeiam”, comentou a oficial, ainda em entrevosta ao G1. “Espero que a justiça seja feita, e que seja provado que esse homem é outro obcecado e vem me perseguindo.”

Tanto o tenente-coronel, quanto o sargento foram procurados pela reportagem do G1, que não obteve respostas. Sidnei Henrique, o advogado de defesa de Jéssica, por sua vez, afirmou que todas as medidas cabíveis já foram tomadas junto à Corregedoria da Polícia Militar, sendo que a investigação corre em segredo de justiça.

Prints do grupo criado pelo sargento / Crédito: Arquivo Pessoal/ G1

 

Entenda o caso

Segundo narrou a própria Jéssica, tudo começou em 2018, quando o tenente-coronel Cássio Novaes assumiu o comando do Batalhão da Zona Sul de São Paulo. Naquele dia, ele passou pela companhia da ex-soldado e a chamou para sair.

“Em um momento em que a gente ficou um pouco sozinho, ele assim veio em uma total liberdade, uma intimidade. Mas a gente nunca tinha se visto, né? E me chamou para sair na cara dura", comentou Jéssica, que, casada e com filhos, negou o convite.

"Depois desse dia, minha vida virou um inferno", lamentou a ex-soldado. Foram dezenas de mensagens explícitas, investidas sexuais e ameaças por mensagens de áudio — isso sem contar a constante humilhação na frente de outros colegas e as muitas sabotagens.

Sem saída, Jéssica ficou afastada por dois anos para não ter que se encontrar com o superior, mas precisou voltar para o serviço. Foi nesse momento que as tentativas do tenente-coronel ficaram mais insistentes, sendo que ele prometia cuidar dos filhos da ex-soldado e ainda lhe oferecia uma falsa promoção dentro da PM.

Fotografia de Jéssica ao lado de um print da conversa com o tenente-coronel / Crédito: Arquivo Pessoal/ G1

 

Já orientada por seu advogado, Jéssica começou a armazenar prints das conversas com o superior. “Eu pensei que precisava de provas, porque ele sempre ia fazer isso e ninguém ia acreditar. Foram coisas muito baixas. Me ameaçou de estupro e de morte”, lembrou.

Em abril, Cássio Novaes enganou Jéssica, afirmando que levaria ela até o Departamento Pessoal. No dia, contudo, o DP estava fechado e os planos do tenente-coronel eram levar a ex-soldado para um hotel. Foi assim que a mulher decidiu formalizar uma denúncia.

Frente à constante perseguição, o advogado de Jéssica solicitou medidas protetivas para a ex-soldado e sua família, mas teve seu pedido negado pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo. Além da solicitação, contudo, Sidnei Henrique também pediu pela prisão preventiva do tenente-coronel.

Em nota oficial enviada ao G1, então, a Polícia Militar afirmou que já recebeu as denúncias e, assim, abriu um inquérito para investigar o caso. Foi dessa forma que, após tantas denúncias, Cássio Novaes foi afastado do comando de seu batalhão.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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