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Como nasceu o Talibã, grupo radical que tomou o controle do Afeganistão 20 anos depois
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Como nasceu o Talibã, grupo radical que tomou o controle do Afeganistão 20 anos depois

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Aventuras Na História
16/08/2021 22h35
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O mundo entrou em estado de alerta após o Talibã voltar a controlar o governo do Afeganistão no último domingo, 15. Fazia vinte anos que o grupo fundamentalista islâmico estava longe do poder, desde 2001, quando as tropas norte-americanas invadiram o país. 

Neste ano, com a decisão do presidente norte-americano Joe Biden de fazer uma retirada gradual do exército, seguindo um acordo de paz iniciado na gestão de Donald Trump, o que foi iniciado em maio, os fundamentalistas viram uma brecha para retomar o controle do território afegão, e começaram sua investida. 

Eles conquistaram o comando de diversas cidades, até finalmente chegarem na capital, Cabul, e ocuparem o palácio presidencial, oficializando assim sua volta ao poder. 

Combatentes do Talibã no palácio presidencial em Cabul / Crédito: Divulgação/YouTube/Al Jazeera

 

Assim, muitos se perguntam: Como nasceu esse grupo extremista que atraiu os olhos do restante do mundo ao regressar a uma posição de domínio?

O início do Talibã

A organização política nasceu no Paquistão nos anos 90, posteriormente migrando para o Afeganistão. Segundo repercutido pelo G1, os primeiros membros possivelmente foram fruto de seminários religiosos financiados pela Arábia Saudita que pregavam uma interpretação extrema do Alcorão. 

Na época, o governo afegão já era islâmico, todavia, os integrantes da milícia fundamentalista viam a lei islâmica de maneira diferente da grande maioria dos muçulmanos, e queriam estabelecer um regime de acordo. 

Eles subiram ao poder em 1996, e estabeleceram uma série de regras, muitas delas restringindo a liberdade das mulheres. 

As afegãs passaram a ser proibidas de estudar depois que fizessem nove anos de idade, além de serem obrigadas a usar a burca, vestimenta que cobre o corpo inteiro, incluindo os olhos.

Fotografia meramente ilustrativa de mulheres usando burca / Crédito: Wikimedia Commons/ Steve Evans

 

O Talibã também estabeleceu punições mais violentas para os crimes. Assassinos e pessoas que tinham casos fora do casamento começaram a ser executados publicamente. Roubo, por sua vez, era castigado com mutilação.

Uma outra postura intransigente adotada pelo regime fundamentalista islâmico foi em relação às manifestações culturais: foi banida a música, os filmes, a televisão e até mesmo a maquiagem.

O novo e radical governo afegão foi reconhecido como legítimo por apenas três nações: Emirados Árabes, Arábia Saudita e Paquistão. Vale comentar também que este último país foi o último a deixar de legitimar a gestão extremista. 

História recente 

Em 2001, a Al-Qaeda, movimento terrorista árabe, havia acabado de realizar o atentado de 11 de setembro, que causou a queda das Torres Gêmeas, e o Talibã foi acusado de abrigar os membros da organização, incluindo seu fundador, Osama Bin Laden

Os soldados norte-americanos que adentraram o território afegão naquele ano foram capazes de desestabilizar e derrubar o regime fundamentalista islâmico no Afeganistão. 

A presença das tropas ocidentais no local durante duas décadas, todavia, não impediram que o grupo continuasse a exercer influência na região, se reorganizando e preparando para recuperar o domínio do país no decorrer das décadas. 

De acordo com estimativas recentes da OTAN, atualmente o grupo possui por volta de 85 mil integrantes. 

Um detalhe importante é que houve diversas negociações nos últimos anos entre o Talibã, o governo afegão e o governo dos Estados Unidos. 

Apesar de a organização radical ter sofrido mudanças ao longo dos anos, a interpretação rígida dos textos religiosos persiste. Além disso, não é possível determinar quantas das características de seu último mandato irão voltar a ser uma realidade para a população do Afeganistão. 

Em reação aos eventos recentes, a ONU fez uma reunião de emergência em que o secretário-geral do órgão, Antonio Guterres, frisou a necessidade da “comunidade internacional” unir-se para impedir as violações de direitos humanos no país e a possibilidade do local voltar a se tornar um “refúgio de organizações terroristas”.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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