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Consumo imediato: Como era a vida antes da refrigeração?
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Consumo imediato: Como era a vida antes da refrigeração?

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Aventuras Na História
29/08/2021 11h00
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Foi mais de um século entre a invenção da refrigeração artificial, pelo norte-americano Jacob Perkins, e sua massificação — que, no Brasil, só aconteceu nos anos 1950. Antes disso, durante séculos, tudo que fosse fresco tinha que ser consumido rapidinho.

Mas havia formas de burlar a tendência das bactérias de assaltar a despensa mais rápido que as pessoas. A mais antiga são as conservas — produtos curados ao Sol, salgados, fermentados ou defumados, como bacalhau, queijos e salames, que datam da Pré-História. E também sua versão doce, as compotas e geleias.

Esses métodos criam um ambiente em que as bactérias têm dificuldade de se reproduzir, fazendo com que algo que duraria dias se preserve por meses ou anos. Conservas eram a única forma de preservar frutas ou carnes até o inverno, e a humanidade acabou pegando gosto, tanto que estão aí até hoje, depois de perderem a função prática original.

Havia também o salitre — quando misturado à água, ele causa uma reação endotérmica, que absorve calor e gela o líquido. O método já era conhecido na Roma Antiga e foi redescoberto na Renascença, mas usado apenas para esfriar garrafas de vinho. Bastante caro, o salitre passou a ser usado na produção da pólvora a partir da Idade Média.

Havia, por fim, o método natural. Coletava-se neve das montanhas ou blocos de gelo de lagos e rios congelados. Isso era estocado em câmaras isoladas com serragem ou debaixo da terra, e podia durar meses. Foi assim que os italianos inventaram o sorvete ainda em meados do século 16. Na Pérsia, havia os yakhchal, grandes câmaras com um sistema de ventilação especial que permitia, em pleno deserto, armazenar gelo, produzido no próprio local durante o inverno.

Vender gelo, inclusive, era um grande negócio do século 19, quando empresas norte-americanas traziam blocos tirados de seus lagos e rios para o Brasil, Índia e outros países tropicais, onde eram armazenados em caixas domésticas de madeira. Com a refrigeração industrial moderna, no início do século 20, os blocos passaram a ser produzidos localmente, até a adoção da geladeira.


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