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Grande Londini, o intrigante justiceiro do TikTok
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Grande Londini, o intrigante justiceiro do TikTok

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Aventuras Na História
22/08/2021 14h00
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Quando se cria uma comunidade virtual, um dos principais trabalhos a se fazer é monitorar os usuários para que eles não quebrem regras e/ou pratiquem algum tipo de crime ou atitude contestável, como o cyberbullying, o abuso psicológico e até mesmo a pedofilia. 

Porém, eu uma rede como o TikTok, que possui mais de 1.2 bilhão de usuários ativos, segundos dados da Statista, a missão se torna ainda mais necessária.

De acordo a própria plataforma, no primeiro trimestre deste ano, 61 milhões de vídeos foram derrubados por infligirem as diretrizes. Deste número, 91% foram tirados do ar antes mesmo de serem denunciados por usuários.  

Imagen ilustrativa/ Crédito: Pixabay

 

Mas o que acontece com o conteúdo prejudicial que passa por essa triagem? É aí que entra o ‘Grande Londini’, um movimento que se tornou uma espécie de justiceira do TikTok. Segundo eles mesmos dizem: “Estamos tirando a rede social das mãos dos intimidadores, pedófilos, golpistas e trolls”. 

Caracterizados na figura de um homem mascarado que usa um capuz preto e possui uma voz robótica, chamado apenas de Leo, o justiceiro parece mais um dos personagens fantasiosos de filmes de terror, embora as únicas pessoas que precisem se sentir ameaçadas por ele são aquelas que não agem conforme as normas.  

Ao expor um comentário machista deixado no perfil de uma mulher, o Grande Londini mostra qual seu papel na plataforma. "Se um estranho fizesse este comentário para sua filha, mãe, irmã, esposa, o que você faria?”, questiona.  

A reposta para isso está na expressão em inglês “play stupid games, win estupid prizes”, que numa tradução literal seria algo como “jogue jogos estúpidos, ganhe prêmio estúpidos” — uma espécie de se fizer algo de errado, recompensas de seus atos não serão boas. Assim, o Grande Loudini já possui mais de dois milhões de seguidores. 

Exposed 

Quando alguém expõe uma situação constrangedora em algum lugar que passou ou por alguma pessoa que o causou, usamos a palavra em inglês ‘exposed’, que possui o mesmo significado que no português.  

Mas como expor alguém que usa um perfil anônimo para espalhar o caos? Como explica matéria da BBC, o justiceiro garante que com sete ou oito cliques consegue descobrir a identidade de qualquer um que pensa se esconder. 

E quando a faz, procura os responsáveis dos agressores, quando eles são menores de idade; ou até mesmo os denunciam para seus empregadores, familiares e até mesmo policiais, quando se trata de um crime mais grave, como no caso de abuso sexual de menores. 

O Grande Londini/ Crédito: Divulgação/TikTok/Grande Londini

 

Apesar do motivo aparentemente genuíno por trás dessa moderação de vigilância, o TikTok enfrenta uma grande dor de cabeça com o Grande Londini — que já teve nove contas banidas e outra suspensa inúmeras vezes.  

O motivo para tal decisão é que a plataforma o acusa de também violar seus termos, indo de bullying até violência extremista, embora o justiceiro não enxergue assim: "Até que todos os agressores racistas e golpistas saiam deste aplicativo, não vamos a lugar nenhum", promete em um vídeo. 

Anti-herói? 

Leo revela que sua empreitada começou quando o filho autista de um amigo se suicidou. O menino de 14 anos sofria bullying cibernético. "Meu amigo depois de um tempo, depois de viver o luto, entrou em contato com a gente e disse: ‘Sabe, parte do motivo pelo qual ele estava tão deprimido é porque estava sendo muito assediado nas redes sociais’”.  

Assim, ele pediu para o justiceiro e seu grupo tentar localizar os donos dos perfis que causavam mal para seu filho. "Nós fomos capazes de dar as informações ao nosso amigo e dizer... faça o que você precisa fazer com isso. E ele entrou em contato com os pais deles e conseguiu, em grande parte, um fechamento." 

A partir daí, Leo decidiu continuar o grupo para monitorar outros casos semelhantes. Apesar do engajamento de apoiadores, que sempre compartilham com o justiceiro conteúdos de quem fere a comunidade, o apoio pode ser uma faca de dois gumes, já que, em certas ocasiões, o movimento pode se tornar aquilo que combate.  

Um exemplo disso, cita a BBC, é de Liz, uma ativista pela paz que publicou um vídeo sobre o Memorial Day — data que homenageia os militares americanos que morreram em combate. Ela descreveu o dia como "um feriado inteiro dedicado apenas ao assassinato". 

 

Isso a fez virar alvo de inúmeras críticas e perseguições de usuários que usavam Londini em seu nome, que começaram a sugerir que ela se matasse; ou até mesmo entraram em contato com seu ex-chefe para pedir sua demissão.  

Com isso, Leo — um ex-fuzileiro naval — acabou expulsando de suas redes usuários com atitudes extremistas e que infligiram suas regras. "Entendo a paixão deles, especialmente quando se trata de veteranos", diz. "Mas tentamos dar o exemplo. Não a atormentamos — desejo a essa mulher tudo de bom”. 

Quem é Leo?  

Apesar de não dizer seu nome e nem sua verdadeira identidade, visto que recebe inúmeras ameaças de morte, a pessoas que escolheu ser chamada de Leo tira, de vez em quando, sua máscara durante as lives para conversar com fãs e com infratores das normas que estão dispostos a debater.  

Leo, na verdade, é só a figura pública a frente do grupo de voluntários que possuem experiência militar e no chamado hacker ético. Em conversa à BBC, Leo declarou: "Somos o anti-troll. Se você está aí, agora no TikTok, está sendo trollado”. 

Questionado se sua função não deveria ser uma obrigação do TikTok, ele responde: “Eles não estão fazendo", diz. "Contamos tudo ao TikTok. Enviamos ao TikTok todas as informações e denunciamos a conta”.


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