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Horrores da Guerra do Vietnã fizeram pai e filho viverem 40 anos na selva
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Horrores da Guerra do Vietnã fizeram pai e filho viverem 40 anos na selva

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Aventuras Na História
13/09/2021 19h29
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A invasão do Vietnã representa um dos maiores fracassos da história dos EUA. Na tentativa de fazer prevalecer o Vietnã do Sul contra os comunistas, o imperial país do norte foi duramente massacrado.

Levando a mais de 58 mil mortes em 20 anos de batalha e fazendo com que gerações fossem traumatizadas e levadas ao outro lado do mundo para a morte quase certa, até que o país fosse expulso da Indochina. Porém, a retirada das tropas dos Estados Unidos não significou o fim da guerra civil, que durou mais três anos.

Durante o resgate /Crédito: Divulgação/Youtube

 

A intervenção americana no Vietnã foi esse desastre que moldou todas as outras guerras travadas pelos Estados Unidos dos anos 1970 até agora. E o desastre guarda histórias pouco conhecidas do conflito. Uma delas você conhece agora. 

Perdidos na selva

Era o início da década de 70 quando Ho Van Thanh, membro de uma guerrilha comunista no Vietnã, fugiu de seu povoado junto com seu filho, Ho Van Lang, após ter presenciado a morte de sua mãe e de dois outros filhos em um bombardeio feito pelos Estados Unidos, durante a Guerra do Vietnã.

Lang tinha apenas dois anos quando foi levado pelo pai para viver no meio da selva vietnamita, onde ele acreditava que estaria seguro dos norte-americanos. Os dois viveram por lá por quatro décadas até serem resgatados em 2013 por autoridades da região, contra a sua própria vontade.

Ho Van Lang demonstra como era a sua vida /Crédito: Divulgação/Youtube

 

Segundo Hoang Anh Ngoc, um responsável local da província de Quang Ngai, falou à AFP na época que os dois sobreviveram de plantações de frutas e milho, além de praticarem a caça.

Eles foram encontrados esqueléticos e desnutridos, e se comunicavam através de seu dialeto da etnia Kor, além de terem como vestimentas apenas tangas artesanais feita de cascas de árvore.

Junto com eles também foram encontrados ferramentas e armas rudimentares, algumas datadas da época da guerra e outras feitas por eles mesmos durante o "exílio".

Vida?

O pai já tinha 82 anos, e seu filho 42, quando foram descobertos. Eles viviam praticamente a vida toda na floresta. De acordo com o jornal Dan Tri, o filho mais novo de Thanh tinha três meses quando aconteceu o bombardeiro e foi deixado no povoado para viver com os parentes.

Ele visitava todos os anos o pai e o irmão, e já havia tentado retirá-los de lá em 2004, mas sem sucesso. "Preferiram sua vida independente à vida tradicional das famílias vietnamitas", disse ao jornal.

Ho Van Lang demonstra como era a sua vida /Crédito: Divulgação/Youtube

 

O resgate, no entanto, foi executado depois que alguns locais alertaram as autoridades da situação dos homens, quando foram avistados "vivendo em uma cabana a cinco metros do chão e vestindo uma tanga feita de casca de árvore", segundo o jornal Tuaoi Tre.

'O filho tem medo da multidão. Não fala com estrangeiros (...) mas fala um pouco com sua família', explicou Ngoc. Ele foi levado para a casa de familiares, enquanto o pai, já muito idoso e fraco, foi internado em um hospital e faleceu em 2017. 

Triste destino!

Nesta segunda-feira, 13, foi revelado que Ho Van Lang faleceu como consequência de um câncer no fígado, aos 52 anos. 

Álvaro Cerezo, amigo dele, explicou que brusca mudança nos hábitos alimentares do homem foi fatal durante a nova vida que encontrou, uma vez que começou a consumir alimentos processados e a beber álcool ocasionalmente.

'Estou muito triste por vê-lo partir, mas para mim a sua morte é também uma libertação porque sei que ele sofreu nos últimos meses. Ele era um ser humano lindo, esquecê-lo será impossível, vou sentir falta dele todos os dias", explicou Cerezo.

"Mas não gostei de vê-lo vivendo na civilização. Sempre me preocupei que ele e seu corpo não fossem capazes de lidar com uma mudança tão drástica". 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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