'Nudes clássicos' no mundo virtual: Conheça a nova — e polêmica — iniciativa do PornHub
Aventuras Na História
Neste mês de julho, o PornHub, famoso site de conteúdo adulto, lançou uma iniciativa pouco convencional: a marca pornográfica disponibilizou vídeos gratuitos que oferecem tours virtuais por algumas obras clássicas presentes em museus de renome.
Existe, todavia, um detalhe fundamental: todas as peças artísticas mostradas irão retratar nus, ou, como diz o próprio nome da série, “nudes clássicos” (em inglês “Classic Nudes”).
Segundo foi anunciado, o projeto foi lançado como uma tentativa de encorajar os consumidores de pornografia a visitarem museus com mais frequência - especialmente após a pandemia, que reduziu o turismo consideravelmente.
A narradora escolhida para ser a voz por trás do guia interativo foi Ilona Anna Staller, mais conhecida pelo nome artístico de Cicciolina. A mulher, que possui atualmente 69 anos, é uma ex-atriz pornográfica e ativista política nascida na Hungria que ficou famosa após seu marido de então, o artista plástico Jeff Koons, produzir uma coleção de fotografias dos dois em diversas posições sexuais diferentes.
“Você pode não saber, mas existe um tesouro de pornografia gratuita por aí, apenas esperando para ser descoberto. E ele tem se escondido em plena vista esse tempo todo. Inclusive, por anos as pessoas têm dito para você ir vê-lo e aproveitar cada parte dele. Mas você não quis ouvir. Então, hoje, eu vou te contar um segredinho: uma porção da melhor pornografia de todos os tempos não está no PornHub. Ele pode apenas ser encontrado...em um museu!”, relata Cicciolina no trailer da produção.
Um porém
A excêntrica série, contudo, a despeito de sua proposta inusitada e tom bem-humorado, foi desaprovada por figuras que deveriam ter grande relevância no projeto.
Representantes de alguns dos principais museus que tiveram suas obras mostradas nos vídeos do PornHub fizeram pronunciamentos em que declararam que não foram consultados a respeito da série e também não ganharam nenhuma quantia em troca da exibição das telas das quais são, afinal de contas, proprietários.
Até o momento, as seguintes instituições artísticas se manifestaram: Louvre (na França), a Galleria degli Uffizi (Itália), D’Orsay (França), Prado (Espanha), National Gallery (Inglaterra) e MOMA – Metropolitan Museum of Modern Art (Estados Unidos).
“Este é um golpe publicitário do Pornhub e não queremos transformá-lo em um grande caso internacional”, comentou Tommaso Galligani, que ocupa o cargo de porta-voz de Uffizi, segundo foi repercutido pelo site Media Talks.
Polêmica
Outro problema criado pelo ocorrido é que os museus podem não querer associar seus nomes conhecidos com uma plataforma como o PornHub, que não apenas exibe um conteúdo cercado de tabu, mas também vive cercado de controvérsias.
Alguns dos cenários problemáticos que levaram o nome do famoso site para as manchetes no passado, por exemplo, foram casos de vídeos que foram publicados sem o consentimento de pessoas que apareciam neles.
Esses problemas frequentemente fizeram com que o PornHub fosse processado por vítimas dos conteúdos não-autorizados e criticado nas redes sociais por sua falta de regulação apropriada, segundo relembrado também pelo Media Talks.
Essa última ação, no caso, vai fazer com que a empresa seja levada para a Justiça novamente — mas, dessa vez, será pelos renomados museus de arte que não autorizaram o uso de suas obras em uma série produzida para a plataforma adulta.