O que foi divulgado até agora sobre os 215 restos mortais de crianças indígenas encontrados no Canadá
Aventuras Na História
Na semana passada, integrantes da tribo indígena Tk'emlups te Secwepemc descobriram a existência 215 restos mortais de crianças enterrados em uma escola da região da Columbia Britânica, no Canadá.
Isso fez com que pessoas ao redor do mundo se comovessem e se atentassem para o genocídio cultural realizado contra os indígenas americanos ao longo dos séculos.
O primeiro-ministro se manifesta
Segundo o UOL, na última segunda-feira, 31, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, declarou estar "chocado" com a descoberta dos cadáveres na antiga instituição de ensino, a Kamloops Indian Residential School, e com a política de dominação praticada contra as comunidades indígenas no passado.
"Como pai, não consigo imaginar como seria a sensação de ter meus filhos tirados de mim", disse o político durante coletiva. "E como primeiro-ministro, estou chocado com a política vergonhosa que tirou as crianças indígenas de suas comunidades."
"Pense em suas comunidades que nunca mais os viram. Pense em suas esperanças, seus sonhos, seu potencial, tudo o que eles teriam alcançado, tudo o que eles teriam se tornado", disse ele. "Tudo o que foi tirado deles".
O que fará o governo
O canadense anunciou, na última segunda-feira, 31, que faria uma reunião com os ministros à tarde, durante a qual falaria sobre o tema, buscando definir os próximos passos para apoiar os sobreviventes dos colégios internos e a comunidade. "Cavar cemitérios em escolas", disse Trudeau, "é uma parte importante para descobrir a verdade".
Logo em seguida, ele prometeu: "O Canadá estará lá para apoiar as comunidades indígenas enquanto descobrimos a extensão deste trauma e buscamos oferecer oportunidades para as famílias e comunidades se curarem."
Antiga escola para indígenas
A Kamloops Indian Residential School, instituição na qual os restos foram encontrados, foi o maior internato destinado à integração dos povos indígenas do Canadá. Construída no século 19, a escola chegou a ter até 500 alunos matriculados simultaneamente e funcionou entre os anos de 1890 a 1969.
De acordo com o UOL, em torno de 150 mil crianças indígenas, mestiças e inuítes foram retiradas de suas famílias e matriculadas à força em colégios mantidos pela Igreja Católica, sendo que muitas foram abusadas física e sexualmente por autoridades.
Uma comissão de verdade e reconciliação foi capaz de identificar nomes e informações ao menos 4.100 crianças que morreram de abuso ou negligência nessas escolas.
Infelizmente, estima-se que o número de crianças retiradas de suas famílias seja muito maior do que os dados apontam. A mesma comissão concluiu, em um relatório realizado em 2015, que os abusos cometidos contra nativos em escolas equivalem a um verdadeiro "genocídio cultural'".
Algumas tinham apenas três anos”, disse Rosanne Casimir, chefe da comunidade indígena. A liderança afirmou que os primeiros resultados da investigação devem ser divulgados neste mês de junho.
Segundo ela, um legista e funcionários que atuam em museus da província também estão auxiliando na investigação das mortes.
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