Tumba sagrada: A abertura da câmara onde Jesus teria sido enterrado
Aventuras Na História
Ninguém pode dizer com certeza se a Igreja do Sagrado Sepulcro está mesmo sobre o lugar onde Jesus de Nazaré foi enterrado no ano 33, para ressuscitar três dias depois — basta reler a frase anterior para saber como a coisa não está no domínio da ciência, mas da fé. Contudo agora podemos dizer que, se essa tumba existiu mesmo, há poucos melhores candidatos do que essa igreja.
Em 2016, durante reformas, um grupo de arqueólogos teve a permissão de remover a tampa de mármore que protege a tumba original e estudar o que havia por baixo ao longo de 60 horas. A princípio, veio a decepção: a abertura só revelou uma grossa camada de entulho. Mas, após muita escavação, quase ao final do prazo, eles toparam com uma tampa de granito quebrada e marcada com uma cruz.
Essa datava da época das cruzadas. E, logo abaixo dela, uma plataforma de calcário — a pedra onde o corpo de Jesus teria sido deixado. “Minhas pernas estão tremendo um pouco”, afirmou na época o arqueólogo Fredrik Hiebert, à National Geographic, no momento da descoberta. “Parece que temos prova visível de que o local da tumba não mudou através do tempo, algo que preocupava cientistas e historiadores por décadas.”
O local da igreja foi identificado como a tumba de Jesus pelo imperador Adriano, no século 2. Mas ele não tinha boas intenções: construiu um templo pagão sobre ela para humilhar os peregrinos cristãos. Mais tarde, Constantino, o primeiro imperador cristão, derrubaria esse templo para fazer a primeira versão da Igreja do Sagrado Sepulcro, que foi reconstruída e ampliada ao longo dos séculos.
A placa de mármore tirada pelos arqueólogos data do século 16, possivelmente antes. Colocada no lugar em 28 de outubro daquele ano, espera-se que não seja perturbada novamente pelos próximos séculos. Quem sabe, milênios.