Amazon é acusada de plagiar produtos de vendedores na Índia
Tecmundo
A Amazon já foi acusada de copiar produtos vendidos por terceiros e favorecer marcas próprias na sua plataforma, em algumas ocasiões, mas sempre negou as acusações. No entanto, documentos revelados pela Reuters nesta quarta-feira (13) mostram que a varejista seguia tais práticas na Índia.
De acordo com a agência de notícias, os documentos internos obtidos trazem detalhes de como marcas privadas da Amazon teriam explorado dados de vendas e avaliações de clientes indianos. Com essas informações, a companhia identificou marcas de referência para os consumidores locais.
Em seguida, a empresa de Jeff Bezos teria plagiado os produtos comercializados por elas, passando a vender as suas próprias versões. Uma das vítimas da estratégia é a John Miller, popular fabricante de camisas da Índia, como apontam os relatórios.
A empresa já enfrentou outras acusações semelhantes.
Conforme a reportagem, a gigante do comércio online copiou as medidas da circunferência do pescoço e do comprimento das mangas das camisas John Miller, replicando-as em suas próprias fabricações. Essas informações ajudaram a resolver problemas de tamanho que resultaram em devoluções de um modelo de camisa.
Impulsionando produtos de marcas próprias
Além do processo de cópia, que não consistia em uma simples clonagem da aparência dos produtos, os documentos datados de 2016 indicam que a Amazon impulsionava suas marcas próprias na pesquisa da plataforma. Essa estratégia garantia que os itens plagiados aparecessem entre os dois ou três principais resultados.
O material, que mostra a aprovação das práticas por parte de dois executivos de alto escalão da big tech, é relacionado a criação da marca Solimo, inicialmente lançada na Índia. Depois, ela chegou a outros mercados, como os Estados Unidos, onde produtos de saúde, higiene pessoal, beleza e limpeza trazem esse rótulo.
Hoje, a marca Solimo é global.
Em comunicado, a Amazon disse que não pode confirmar se as informações são verdadeiras, pois os documentos não foram compartilhados pela reportagem. Diante disso, ela classificou as acusações como "factualmente incorretas e infundadas".
Sobre as buscas, ela ressaltou que não favorece a divulgação dos produtos de marca própria. "Exibimos os resultados da pesquisa com base na relevância para a consulta de pesquisa do cliente, independentemente de tais produtos terem marcas privadas oferecidas pelos vendedores ou não", concluiu a varejista.