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São Paulo registra maior série histórica de casos de feminicídio
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São Paulo registra maior série histórica de casos de feminicídio

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Anamaria
04/12/2025 18h30
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No primeiro semestre deste ano, os pedidos de medidas protetivas cresceram 22,3% no Estado de São Paulo, e esse movimento acompanha outro dado alarmante: a capital paulista já registra, em apenas dez meses, o maior número de feminicídios de toda a série histórica, iniciada em 2015. O total ultrapassou todos os anos anteriores, inclusive 2024, quando o Estado contabilizou 51 feminicídios em doze meses. Esse avanço reforça a escalada da violência contra a mulher, que se apresenta cada vez mais contundente e, sobretudo, mais letal.

Levantamentos do Instituto Sou da Paz revelam que o aumento da agressividade aparece nos casos registrados em vias públicas — um dado que, por si só, evidencia como o problema deixou de se limitar às paredes de casa. Ainda assim, ele permanece associado a dinâmicas de controle e intimidação que marcam relações abusivas.

Escalada da violência doméstica expõe fragilidade das políticas públicas

Embora a legislação brasileira avance constantemente, especialistas apontam que a violência doméstica ainda encontra brechas. De acordo com a promotora Silvia Chakian, do Ministério Público de São Paulo, o feminicídio representa o desfecho de uma longa escalada de agressões e não um episódio isolado. Essa análise ajuda a compreender por que, no município de São Paulo, o número de feminicídios já superou todo o registrado desde 2015, ano em que a tipificação entrou em vigor.

A vice-presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas ouvida pelo Estadão, Alice Bianchini, reforça que cresce também o ódio contra mulheres, impulsionado por redes de misoginia. Segundo ela, não apenas a violência aumentou, mas a intensidade das agressões também, o que exige investimentos mais assertivos em prevenção e acolhimento.

Ações de segurança oferecem acolhimento, mas desafios persistem

O governo estadual implementou iniciativas que buscam reforçar a segurança das vítimas. Entre elas, aparece a Cabine Lilás, que já realizou cerca de 14 mil atendimentos e oferece acolhimento por policiais femininas treinadas. Além disso, as Delegacias de Defesa da Mulher ampliaram o atendimento 24h e receberam reforço de efetivo, enquanto o aplicativo SP Mulher Segura permite registrar boletins de ocorrência e acionar um botão de pânico.

Essas ações, no entanto, convivem com outra realidade: a de mulheres que ainda enfrentam dificuldades para denunciar, seja por medo, dependência financeira ou falta de orientação.

violência contra a mulher
São Paulo registra maior série histórica de casos de feminicídio – Crésito: FreePik

Estado de São Paulo registra casos que expõem um padrão silencioso

Mesmo com avanços institucionais, episódios recentes mostram como a violência doméstica ultrapassa limites de crueldade. Dois casos que repercutiram amplamente — Taynara Santos, atropelada e arrastada por um quilômetro na Marginal Tietê, e Evelyn Souza Saraiva, baleada seis vezes pelo ex-companheiro — exemplificam situações extremas que, infelizmente, seguem um padrão de agressões prévias.

Esses casos reforçam que a escalada da violência permanece invisível até atingir seu ponto mais trágico. Embora cada caso tenha sua particularidade, todos revelam a mesma raiz: relações abusivas que se intensificam ao longo do tempo.

Resumo: Os casos recentes e o aumento de 22,3% nas medidas protetivas mostram que a violência contra a mulher segue crescendo no Estado de São Paulo. Ao mesmo tempo, especialistas alertam para o avanço da brutalidade e da misoginia. As políticas públicas tentam oferecer acolhimento, mas ainda enfrentam desafios para alcançar quem mais precisa. No fim, os episódios mais graves revelam a urgência de prevenir a escalada da agressão antes que ela se torne fatal.

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Leia a matéria original aqui.

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