A evolução do desmatamento no Cerrado brasileiro, registrada pela NASA

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O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, é lar de milhares de espécies, muitas delas ameaçadas de extinção, como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), a onça-pintada (Panthera onca) e a raposa-do-campo (Lycalopex vetulus).
Além disso, o bioma está sob grave risco devido ao avanço do desmatamento e à conversão de suas áreas naturais em fazendas externas para exportação. Essa redução da vegetação foi documentada em imagens publicadas pela NASA nesta terça-feira, 11, no blog Earth Observatory, conforme registros feitos por satélite ao longo dos anos.
As fotos comparam imagens de 16 de junho de 2000 e 26 de junho de 2024, obtidas pelo satélite Harmonized Landsat e Sentinel-2 (HLS), sobrevoando o oeste da Bahia. As imagens revelam as transformações ocorridas ao longo de duas décadas.
Progressão
O que antes era uma vasta área verde, com árvores e arbustos, agora se apresenta como regiões claras, típicas de áreas destinadas à pastagem e cultivo de soja e algodão. A NASA destaca que a conversão dessas áreas é um reflexo das práticas agrícolas que têm o bioma invadido.
O conjunto de dados utilizado, conhecido como Observational Products for End-Users from Remote Sensing Analysis (OPERA) ou DIST-ALERT, é atualizado a cada dois ou quatro dias, permitindo que pesquisadores e stakeholders monitorem as mudanças na vegetação global em tempo quase real.
Um mapa divulgado mostra um resumo anual dos alertas de perturbação para a mesma região no Brasil em 2023. As áreas marcadas em roxo indicam regiões onde a vegetação foi afetada pelas atividades humanas.

James MacCarthy, pesquisador associado do World Resources Institute (WRI), afirmou à Revista Galileu que essa nova base de dados permite monitorar distúrbios no crescimento e eventos de desmatamento em tempo real, em qualquer parte do planeta. Os dados acessíveis estão por meio da plataforma Global Forest Watch (GFW), que oferece alertas sobre a perda potencial de cobertura de árvores.
O objetivo é que, com o tempo, a tecnologia evolua para classificar as perturbações na vegetação, permitindo que os indivíduos avaliem as mudanças, considerando fatores como incêndios, mineração, urbanização ou expansão agrícola.


