A história da estrutura de uma estação de metrô dos EUA que abre apenas uma vez ao ano
Aventuras Na História
A World Trade Center é a estação terminal do sistema de trens que ligam Manhattan ao estado vizinho de Nova Jersey, chamado de PATH. Estima-se que na linha, por semana, passem mais de um milhão de pessoas.
A estação do World Trade Center foi inaugurada em 6 de julho de 1971, substituindo o Hudson Terminal, de 1909. Após os ataques de 11 de setembro de 2001, porém, ela precisou passar por mudanças.
Assim, uma estação temporária passou a operar em 2003, enquanto a principal era restaurada. A estrutura principal da estação, o Oculus, foi inaugurada em 3 de março de 2016, e o terminal foi renomeado para World Trade Center Transportation Hub.
Projetada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, a estação principal custou cerca de 4 bilhões de dólares. Seu interior possui dois andares subterrâneos que abrigam parte de um centro comercial. Além disso, a estrutura tem uma linda homenagem às vítimas do 11 de setembro. O espaço só é aberto uma vez por ano.
Lembranças eternas
O World Trade Center Transportation Hub, conforme aponta matéria do USA Today, é composto por uma estação metroviária, com um grande mezanino sob o Memorial Nacional do 11 de setembro. Esse mezanino, aliás, está conectada com uma estrutura em superfície chamada Oculus, que fica entre o 2 World Trade Center e o 3 World Trade Center.
Após os ataques terroristas de 2001, as autoridades traçaram um plano para revitalizar a região, o que passou pelo sistema de transportes — sempre muito importante para a economia de Manhattan.
O The New York Times recorda que o governo norte-americano garantiu 4,5 bilhões de dólares para a construção de um terminal que ligaria as estações de metro e da PATH ao complexo do World Trade Center.
Desta forma, quatro locais foram analisados para receber a estrutura. Uma grande estação, porém, não fazia parte dos planos criados pelo arquiteto Daniel Libeskind.
O The New Yorker conta que o projeto original de Libeskind consistia em uma praça aberta no local da estação atual. O espaço contaria com um arranjo em que raios do sol, durante o equinócio de outono, irradiassem luz pelo local onde ficavam as Torres Gêmeas.
Assim, a praça teria uma estrutura onde suas linhas mostrariam os raios de sol às 8h28 e 10h28, horário em que o voo 11 da American Airlines atingiu a Torre Norte e quando ela colapsou, respectivamente.
Em 2004, porém, a Autoridade Portuária, dona do terreno em que a estação foi construída, pediu para que o projeto de Libeskind fosse alterado para a construção de uma grande estação ferroviária. O espanhol Santiago Calatrava foi contratado como arquiteto.
O design imaginado por ele, apresentado em janeiro daquele ano, era composto por uma estrutura na superfície (onde agora é o Oculus) com vigas encurvadas para fora, como se fossem assas.
Essas assas, então, se entenderiam por todo o saguão, cruzando a Church Street (no leste) até a estação da PATH sob a Greenwich Street (no oeste). Um teto de vidro também seria estendido por todo o comprimento da estação.
Assim, corroborando com o projeto de Libeskind, o Oculus foi projetado para maximizar a incidência de luz durante o equinócio de outono. Desta forma, o teto de vidro se abre todo o dia 11 de setembro, às 10h28, por cerca de 102 minutos, tempo de duração dos ataques terroristas de 2001.
Através da claraboia Oculus, o interior da construção é iluminada pelo brilho natural do sol. O trecho ficou conhecido como “Caminho da Luz”, percorrendo o piso ao longo do eixo exato do edifício. Ele também simboliza que a luz ainda continua a brilhar na escuridão da tragédia.
Quando Santiago Calatrava decidiu projetar o World Trade Center Hub, após a tragédia de 11 de setembro, seu posicionamento do Oculus foi “muito intencional para tornar esse momento comovente possível todos os anos”, disse uma porta-voz do prédio, segundo relatado pela NBC New York.