A morte de Hitler: os últimos passos do ditador nazista, há 78 anos
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Durante a desastrosa ofensiva em Ardenas, que começou em 16 de dezembro de 1944, o líder nazista Adolf Hitler passou a ter mais certeza que seu fim estava próximo. Tanto é que, no dia 15 de janeiro de 1945, preferiu deixar seu quartel-general do oeste, o Adlehorst, em Ziegenberg, para se refugiar no Führerbunker — complexo subterrâneo de salas em Berlim.
Hitler havia chegado à capital alemã por meio de um trem pessoal, de onde seguiu até à Chancelaria do Reich em um discreto trajeto de carro. O cenário que presenciou era totalmente diferente do que estava acostumado.
Berlim estava em ruínas. As ruas desérticas. Cada vez mais a população deixava de crer naquele em que se viu o único capaz de reerguer o orgulho da nação, embora seu poder tenha sido usado para cometer as mais bárbaras atrocidades que a humanidade já presenciou.
No jardim da Chancelaria, a construção subterrânea de dois andares, destinada originalmente como refúgio antiaéreo, serviu para o Führer se enclausurar definitivamente até seu leito de morte.
Com 18 cômodos, a disposição dos espaços parecia mais um enorme labirinto. Entretanto, o local era totalmente autossuficiente, com água e energia elétrica próprias.
De lá, semanas depois, o Adolf Hitler recebeu outras duras notícias: em 25 de janeiro seus enviados haviam sido oficialmente derrotados em Ardenas. Dois dias depois, o avanço do Exército Vermelho resultou na libertação de Auschwitz.
Mesmo assim, continuou dando ordens e se encontrando com membros do alto escalão do Terceiro Reich, como Hermann Goering, Heinrich Himmler e Joseph Goebbels.
Meses depois, uma das últimas vezes em que viu a luz do dia foi em 20 de abril, quando completou 56 anos. Na ocasião, recorda o The National WWII Museum, de New Orleans, inspecionou, com a mão trêmula, um grupo de jovens enviados para defender a cidade contra o Exército Vermelho em nome da filosofia de superioridade racial professada por ele.
Fim próximo
Seu fim estava próximo. Em 29 de abril, a notícia de que o líder Benito Mussolini havia sido fuzilado ao lado de sua amante, Claretta Petacci, chegou pouco antes da hora do almoço. Il Duce, um de seus grandes aliados durante a Segunda Guerra, teve um fim totalmente humilhante: após ser morto em praça pública, seu cadáver foi levado à Milão, onde acabou pendurado de cabeça para baixo em uma viga de metal num posto de gasolina. Lá, por horas, o povo italiano mostrou sua revolta contra o líder fascista chutando-o, cuspindo em sua face e até mesmo urinando sobre seus restos mortais.
Instantes depois, Hitler redigiu seu testamento e se casou com sua amante de longa data, Eva Braun. Após uma refeição tranquila, apertou a mão dos funcionários presentes no Führerbunker e se retirou ao lado de Eva para seu escritório. Aquela fora sua última aparição com vida.
O tiro mais importante da 2ª Guerra
Pouco antes das 16h, um estampido abafado quase passou despercebido. Mas quando seus capangas abriram a porta do escritório de Hitler, logo encontraram o corpo de seu líder espalhado por um sofá.
Como aponta o El País, o Führer estava com um buraco do tamanho de uma moeda situado em sua têmpora direita. Por seu rosto escorria um fio de sangue que formava uma poça no chão nas dimensões de um prato.
Uma de suas mãos havia encontrado descanso sobre seu joelho, com a palma virada para cima. A outra estava dependurada. Próximo ao seu pé direito encontrou-se uma pistola Walther calibre 7,65 mm, usada para disparar contra si. Do outro lado do corpo havia outra arma, de calibre 6,35mm, sem vestígios de uso.
Uniformizado, Adolf Hitler ainda vestia uma camisa branca e uma gravata preta, assim como suas calças. No mesmo sofá, Eva Braun foi encontrada ao seu lado. A esposa do líder nazista não tinha nenhuma marca de tiro na face.
Havia se envenenado com cianureto. Suas pernas estavam encolhidas e seus lábios apertados. Um forte cheiro de pólvora tomava conta do local. A notícia logo passou de boca em boca por todas as alas da Chancelaria: "Der Chef ist tot" ('o Chefe está morto').
O dia 30 de abril de 1945, há exatos 78 anos, colocava fim na jornada de um dos seres mais cruéis de toda a Humanidade. Hitler morreu de forma covarde, sem jamais pagar por seus crimes.