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A origem do Holocausto
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A origem do Holocausto

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Aventuras Na História
22/07/2023 12h00
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Já se escreveu muito sobre o nazismo e o Holocausto, porém, pouco sobre as justificações intelectuais deste movimento. Afinal, de que forma Hitler teve êxito em convencer um povo sofisticado, com um passado intelectual privilegiado, a acreditar em uma ideologia primitiva, a ponto de converter (ou quase) entre outros, o maior pensador filosófico do século XX, M. Heidegger?

O Partido Nacional Socialista (Nazi) ao qual Hitler se filiou era na sua origem uma congregação de arruaceiros, enfrentando nas ruas das cidades alemãs. Esta orientação combinava perfeitamente com o temperamento de Hitler, homem de ação, grande orador e anti-intelectual por excelência.

Chegando ao poder, entretanto, Hitler e seus asseclas sentiam a necessidade de criar um verniz de respeitabilidade para seu partido, a fim de atrair segmentos mais sofisticados do país, como artistas, intelectuais e profissionais liberais.

O partido Nazista escolheu Hegel, filósofo conceituado do século 18, cuja teoria dialética para explicar a evolução da história da humanidade (Tese/antítese/síntese) fora adaptada para a teoria racista de Hitler. No caso, a tese seria a nação alemã, a antítese seria os elementos estranhos que conspurcam a sua pureza racial internamente (judeus, ciganos etc.) e nos países vizinhos (eslavos). A síntese seria a recuperação do sangue puro germânico com a eliminação desses elementos estranhos e inferiores.

Valeram-se também da teoria da evolução das espécies de Darwin com sua “sobrevivência dos mais aptos” que obviamente seriam os da raça germânica. Pobre do Darwin, ele jamais teria imaginado que sua teoria intelectualmente respeitável serviria para justificar o nazismo e, pior ainda, o Holocausto.

Em 1935 as Leis Raciais foram adotadas proibindo o casamento e procriação de alemães com 'raças inferiores'. As 'raças' foram divididas em categorias, as piores sendo a judia, a cigana e a negra, depois a eslava e finalmente a raça eleita, privilegiada, a germânica. Esta categorização em busca da perfeição humana teria criado uma dinâmica perpétua no nazismo caso tivesse prevalecido por mais tempo.

Eliminando os judeus, seria a vez dos eslavos (já haviam iniciado a matança e escravização de russos e poloneses), até que, enfim, chegariam a raça germânica. Os 12 anos no poder foram insuficientes para o nazismo impor a teoria racial na sua integridade.

Prevendo, porém, um pouco prematuramente o futuro estágio da depuração germânica, criaram uma subdivisão entre “deutsch”e  “volksdeutsch” este último se referindo a alemães nascidos fora das fronteiras da Alemanha, portanto, já contaminados de alguma forma com elementos estranhos ao germanismo puro.

A apuração em busca da perfeição teria continuado (em tese) até se chegar ao último alemão que teria que se suicidar por falta de pelotão de fuzilamento, pois, mesmo ele teria alguma falha (orelha de abano? Pé chato?).

O grande dilema para o nazismo era como classificar os japoneses. Aliados da Alemanha na guerra, porém, nada a ver com a raça germânica. Decidiu-se chamá-los de “Teutões do Oriente” título que, a rigor, nada significa, mas soa muito bem. Nada se falou sobre os latinos e povos do Mediterrâneo, pois, Mussolini era aliado e não convinha contrariá-lo. Porém, a sua vez teria chegado.

Neonazismo

 Em 1945, veio o fim da demência racial do nazismo. No entanto, cuidado. Enterrados nos porões mais profundos da internet, ainda um pouco envergonhados, porém, vivos e atuantes, os nazistas, agora sob outra denominação, aguardam sua vez para aflorar e empestar novamente a nossa civilização.


O texto de Gabriel Waldman, escritor e sobrevivente do Holocausto, foi proporcionado pela StandWithUs Brasil, instituição que trabalha para lembrar e conscientizar sobre o antissemitismo e o Holocausto, de maneira a usar suas lições para gerar reflexões sobre questões atuais.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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