A repórter que recebeu uma ligação do canibal Jeffrey Dahmer: 'Direto ao ponto'

Em entrevista ao The Independent, a repórter Anne E Schwartz relembrou um episódio singular que envolve o canibal Jeffrey Dahmer. Anne foi a repórter que divulgou o furo que envolveu os crimes de Dahmer, homem que vitimou 17 homens, em meio a necrofilia e canibalismo. 

Com a história do assassino de volta as manchetes com a estreia de 'Dahmer: Um Canibal Americano', da Netflix, a repórter relembrou o caso em entrevista ao veículo. Anne é autora de 'The Man Who Could Not Kill Enough' ('O Homem que Não Poderia Matar Suficiente', em tradução livre'). 

Com a publicação do livro, que se tornou um sucesso em 1991, a profissional recebeu uma ligação de Dahmer. Especificamente, ele queria reclamar com a autora. Isso porque Anne conversou com psiquiatras que entrevistaram o canibal.

Com isso, foi dito que o comportamento dele poderia ser atribuído a relação que teve com os pais. No entanto, o assassino não gostou da alegação.

“Ele odiava isso. Para alguém que não mostrava nenhuma emoção ou parecia se importar com nada, ele era muito protetor com seus pais, especialmente sua mãe”, explicou ela ao The Independent.

Telefonema

Anne disse que o contato por telefone foi 'rápido' e 'direto ao ponto'. Aproveitou também para descrever como Dahmer se comunicava. 

Ele não tinha inflexão na voz. Ele era tão baunilha (careta), ele era tão chato. Não havia nada. Ele apenas disse que ninguém era responsável 'pelo que eu fiz, exceto eu'".

Durante a entrevista, a autora também aproveitou para expressar sua opinião sobre a série da Netflix, que classificou como imprecisa. "Quando as pessoas estão assistindo a série Netflix de Ryan Murphy e dizendo 'Oh meu Deus, isso é terrível'. Eu quero dizer a eles que não foi necessariamente assim", explicou ela. 

Um dos pontos que ela destaca na entrevista é o cheiro de cadáver que seria emanado do prédio do canibal - aspecto amplamente repercutido na série. Anne, relembrou que chegou a olhar o apartamento de Dahmer com a descoberta dos crimes.

"Fui repórter policial por cinco anos, então sei como cheira quando você entra em um prédio com um cadáver ou um corpo em decomposição. Não era isso. Este era um cheiro muito químico", disse ela. 

Outro ponto destacado ao veículo internacional uma cena que mostra a vizinha de Dahmer na série, Glenda Cleveland, que denunciou o perfil suspeito do canibal para as autoridades. 

"Nos primeiros cinco minutos do primeiro episódio você tem Glenda Cleveland batendo na porta dele. Nada disso aconteceu", afirma a repórter. "Tive problemas com o buy-in, porque sabia que não era preciso. Mas as pessoas não estão assistindo dessa maneira, estão assistindo por entretenimento".