A sexualização de Mara Wilson, a 'Matilda', na infância: 'Assédio sexual sempre aconteceu'
Aventuras Na História
Aos 9 anos de idade, Mara Wilson não apenas era apresentada ao mundo com o lançamento de ‘Matilda’, em 1996, mas se tornava um ícone da atuação ao se apresentar pela personagem-título da obra, interpretando uma jovem que enfrenta, de maneira lúdica, os problemas da infância ao descobrir que tem poderes especiais relacionados a cálculos e atividades paranormais, como a telecinese.
Tal projeção não apenas resultou na oportunidade de estrelas outras produções de Hollywood e de emissoras de televisão norte-americanas, mas também causou traumáticos episódios onde teve sua imagem sexualizada antes mesmo de completar a maioridade penal. Décadas depois, ela avaliou, em artigo publicado no jornal The New York Times, qual foi o impacto desta exposição em sua vida profissional e pessoal.
Em 2020, na época com 33 anos, ela afirmou que tal projeção atrapalhou seu desenvolvimento social durante a adolescência, se comparando aos problemas enfrentados pela cantora Britney Spears ao se tornar um ícone sexual ainda na adolescência e, posteriormente, cobrando preparo emocional para a posição: "Nossa cultura constrói essas meninas apenas para destruí-las".
Muitos momentos da vida de Spears me são familiares. Nós duas tínhamos bonecas feitas com nossas imagens, amigos íntimos e namorados que compartilhavam nossos segredos e homens adultos que comentavam sobre nossos corpos”, acrescentou.
Infância difícil
De acordo com o artigo, a atriz revelou uma das experiências mais traumáticas durante seu crescimento; junto de cartas de fãs que tinham a mesma idade que a atriz, se misturavam correspondências de rapazes adultos que declaravam estar apaixonados pela atriz mirim: "Era lindo quando crianças de 10 anos me enviavam cartas dizendo que estavam apaixonadas por mim. Mas não [era] quando homens de 50 anos faziam isso”.
Meu assédio sexual sempre aconteceu pelas mãos da mídia e do público. [...] Mesmo antes dos 12 anos, havia fotos minhas em sites de fetiche por pés. Todas essas vezes, eu me senti envergonhada", apontou Mara.
Com as constantes investidas, ela chegou a criar, junto aos pais, uma série de medidas para reduzir os episódios traumáticos, usando vestidos grandes e rejeitando papéis que contassem com cenas de beijos ou sexo, buscando interpretar personagens que fossem mais compatíveis com sua faixa etária. Mesmo assim, deixou o cinema de lado em 2003, antes mesmo de completar a maioridade.