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A situação do homem preso nos EUA após protesto pró-palestina
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A situação do homem preso nos EUA após protesto pró-palestina

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Aventuras Na História
12/03/2025 23h00
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©Getty Images (imagem meramente ilustrativa)
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Um juiz federal dos Estados Unidos determinou nesta quarta-feira que Mahmoud Khalil, ativista palestino detido no último fim de semana por agentes de imigração do governo Trump, tenha direito a realizar duas ligações telefônicas privadas com seus advogados, sem monitoramento governamental. As informações são do jornal americano The New York Times.

Khalil, formado pela Universidade Columbia e residente permanente nos EUA, esteve à frente dos protestos realizados no ano passado no campus universitário contra a guerra na Faixa de Gaza. 

Seus advogados alegam que sua detenção violou a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, e solicitam sua libertação.

Durante uma audiência no tribunal federal de Manhattan, presidida pelo juiz Jesse Furman, foi revelado que os advogados de Khalilnão conseguiram manter uma comunicação privada com ele desde sua prisão e transferência para a Louisiana.

Privação de direitos

Ramzi Kassem, advogado de Khalil, afirmou que seu cliente só conseguiu fazer uma única ligação para sua equipe jurídica, realizada em uma linha gravada e monitorada pelo governo, além de ter sido interrompida antes do tempo. Kassem também destacou que a distância entre Khalil e seus advogados prejudica a preparação da defesa.

Embora ainda não tenha decidido sobre a legalidade da prisão, o juiz Furman garantiu que Khalil terá direito a uma ligação privada nesta quarta-feira e outra na quinta-feira, enquanto permanece detido na Louisiana.

Essas conversas são consideradas fundamentais para que a defesa possa apresentar uma petição revisada questionando a constitucionalidade da detenção.

Na segunda-feira, Furman suspendeu temporariamente a tentativa do governo Trump de deportar Khalil. Em sua decisão, o juiz afirmou que o ativista não poderá ser removido dos Estados Unidos enquanto o tribunal analisa a petição apresentada por sua defesa.

Do lado de fora do tribunal, centenas de manifestantes se reuniram na quinta-feira carregando cartazes com frases como "Libertem Mahmoud Khalil" e entoando palavras de ordem contra a deportação. 

Repercussão do caso

Khalil, que tem ascendência palestina, tornou-se uma figura central nos protestos contra a guerra de Israel em Gaza, que marcaram o campus de Columbia no ano passado. Ele não foi formalmente acusado de nenhum crime, e sua prisão rápida e subsequente transferência levantaram questionamentos sobre as garantias de liberdade de expressão, especialmente após as promessas do presidente Trump de reprimir manifestações universitárias.

As razões exatas para a detenção de Khalilnão foram imediatamente esclarecidas. No domingo, o Departamento de Segurança Interna afirmou em comunicado que ele foi preso por atividades supostamente alinhadas ao Hamas, organização considerada terrorista. A declaração foi endossada pelo secretário de Estado, Marco Rubio.

Em uma escala na Irlanda nesta quarta-feira, Rubio declarou à imprensa que o caso de Khalil não envolve liberdade de expressão, mas sim questões relacionadas à legalidade de sua permanência nos EUA. 

Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, citou a Lei de Imigração e Nacionalidade como base para a revogação do green card de Khalil, alegando que suas ações contrariavam a política externa e os interesses de segurança nacional dos EUA.

Leavitt acusou Khalil de se aliar a grupos considerados terroristas durante os protestos na Universidade Columbia, mas não apresentou provas concretas dessas acusações.

Segundo a advogada Amy Greer, ouvida pelo NY Times, Khalil já havia alertado a administração de Columbia sobre ameaças que recebeu online pedindo sua deportação.

Ele informou à sua advogada que estava cercado por agentes do Departamento de Segurança Interna, que inicialmente alegaram ter um mandado para revogar um visto de estudante. Ao serem informados de que Khalil era residente permanente e não possuía visto, os agentes afirmaram que seu green card havia sido revogado.

Após a prisão, Khalil foi rapidamente transferido para um centro de detenção na Louisiana, conhecido por suas condições precárias, segundo Elora Mukherjee, diretora da Immigrants' Rights Clinic na Columbia Law School. A defesa segue lutando pela libertação do ativista e pela garantia de seus direitos constitucionais.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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