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Aberta 100 anos depois: relembre as relíquias guardadas em cápsula do tempo de 1924
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Aberta 100 anos depois: relembre as relíquias guardadas em cápsula do tempo de 1924

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Aventuras Na História
14/02/2025 00h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16462712/original/open-uri20250214-18-1xe2nwq?1739491361
©Reprodução/KCTV
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Entre 1914 e 1918, o mundo presenciou o que foi, até então, um dos eventos mais mortais de toda a história da humanidade: a Primeira Guerra Mundial. E na década de 1920, um grupo de moradores de Kansas City, no estado norte-americano do Missouri, formou a Liberty Memorial Association, com a intenção de construir um memorial dedicado a homenagear os americanos que serviram no conflito.

Nessa época, a associação organizou uma cerimônia para a construção do Liberty Memorial — onde eventualmente também surgiu o Museu e Memorial Nacional da Primeira Guerra Mundial —, que inclusive contou com uma grande participação de público, com cerca de 100 mil pessoas. E em 1924, historiadores e curadores do museu se reuniram para enterrar uma cápsula do tempo ali dentro, que deveria ser desenterrada somente após 100 anos.

Os itens ali contidos eram meras lembranças celebrando a vitória na guerra, fornecendo um vislumbre de como era a vida na época. A cápsula então foi colocada no fundo do interior de concreto e calcário da Liberty Memorial Tower e, só em outubro do ano passado, foi recuperada e reaberta.

Recuperação delicada

Em outubro de 2024, os funcionários do Museu e Memorial Nacional da Primeira Guerra Mundial se reuniram para desenterrar a cápsula do tempo. E conforme repercutiu aCNN na época, desenterrar a cápsula já se mostrou um desafio aos curadores e funcionários do museu.

Isso porque, conforme relatou o curador-chefe, Christopher Warren, foi necessário perfurar a parede da Liberty Memorial Tower para que a cápsula fosse recuperada. Além disso, ainda houve um imprevisto: a cápsula não estava no mesmo local que o previsto. Por isso, engenheiros de instalações do museu precisaram sondar quase meio metro em volta do local, para que conseguissem encontrá-la.

Ainda havia mais um problema na recuperação: o que a equipe do museu também tinha guardado há cem anos era uma lista oficial do conteúdo da cápsula, que informava que, entre os objetos, havia um filme fotográfico de nitrato — material que é potencialmente inflamável, e poderia colocar todos os esforços por água abaixo caso algum erro fosse cometido.

E sequer era necessário algum erro; a equipe temia que o filme pudesse queimar simplesmente ao entrar em contato com o oxigênio, caso não tivesse sido armazenado corretamente. Felizmente, o evento contou com a ajuda da unidade de bombas e incêndios criminosos do Departamento de Polícia de Kansas City, e a abertura da cápsula foi um sucesso.

Objetos removidos da cápsula do tempo / Crédito: Divulgação

Relíquias do passado

Ao todo, os curadores e demais funcionários do museu precisaram de oito horas para abrir meticulosamente todas as embalagens, usando pinças e pequenas lâminas de barbear para preservar ao máximo não só os conteúdos, mas também as próprias embalagens. Entre os objetos, estavam alguns jornais, uma cópia da Constituição, uma Bíblia e uma cópia da declaração de guerra americana, de abril de 1917.

No entanto, outros três objetos foram deixados para serem abertos somente na cerimônia de inauguração. O primeiro destes objetos era um tubo cheio de sementes, que era nada mais que um objeto simbólico representando a comunidade agrícola de Kansas City.

O segundo objeto chamou mais atenção: este era um tubo de cartas, que armazenava diversas declarações de congratulações de comandantes de guerra americanos que estavam presentes na inauguração do Liberty Memorial, em 1921. Havia ali também uma carta escrita pelo então presidente dos Estados Unidos, Calvin Coolidge.

O terceiro objeto, por fim, é uma placa de impressão do Kansas City Star, o jornal da cidade, datada de 1º de novembro de 1921. E ali se destacava a manchete do jornal que detalhou o evento em que mais de 60 mil pessoas marcharam ao longo de uma rota de desfile de três milhas, também na época da inauguração do memorial.

Curadores do museu durante revelação dos três artefatos / Crédito: Reprodução/KCTV

Trabalho coletivo

Embora os artefatos armazenados já estivessem detalhados em documentos, os funcionários do museu ainda se surpreenderam com algo que viram: no interior da caixa de cobre da cápsula do tempo foram gravadas diversas assinaturas.

Curiosamente, foi feita uma pesquisa completa da identidade daqueles indivíduos, a fim de tentar determinar se eram figuras relacionadas à guerra ou não, mas não descobriram quem eram. Foi então que eles concluíram: as assinaturas, na verdade, correspondiam às pessoas envolvidas na construção da cápsula do tempo.

"O que isso mostra é que não foi apenas o comitê que estava reunindo os objetos para a cápsula do tempo", disse Christopher Warren. "Foi toda a comunidade, os trabalhadores que estavam construindo a cápsula do tempo e soldando a tampa no topo dela que quiseram se envolver nessa celebração".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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