Afinal, o que é o fascismo? Conheça as origens e o papel de Mussolini

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O Fascismo é um dos conceitos políticos mais debatidos e, ao mesmo tempo, frequentemente mal compreendidos. Ele pode ser entendido tanto como um partido político italiano, criado por Benito Mussolini no início do século XX, quanto como uma ideologia política que se espalhou pelo mundo em momentos de crise e instabilidade.
Para compreender o Fascismo, é necessário observar o contexto de sua origem. A Itália, após a Primeira Guerra Mundial, passou por um período de grande instabilidade. A economia estava devastada, o desemprego crescia e a fome atingia amplas parcelas da população.
Além disso, o socialismo ganhava força na Europa, e muitos temiam que a Itália seguisse o mesmo caminho da recém-formada União Soviética. Esse medo foi um dos fatores que levaram à ascensão do Fascismo.
Mussolini, que antes era ligado ao socialismo, tornou-se um dos principais defensores de um nacionalismo exacerbado. Em 1919, fundou o "Feixe Italiano de Combate" (Fascio di Combattimento), que, mais tarde, daria origem ao Partido Nacional Fascista. O nome "Fascismo" vem do termo "fascio", que se refere a um conjunto de varetas amarradas ao redor de um machado, símbolo utilizado pelos romanos para representar a força da unidade coletiva.
Os princípios
O Fascismo se baseava em diversos princípios. Entre eles, destacam-se o nacionalismo extremo, a exaltação da força militar, o desprezo pela democracia liberal e o uso da violência como ferramenta política. Ele promovia a ideia de um Estado forte e totalitário, capaz de intervir em todos os aspectos da sociedade, da economia à cultura.
Mussolini chegou ao poder em 1922, após a Marcha sobre Roma, um movimento que resultou na sua nomeação como primeiro-ministro pelo rei Victor Emanuel III. A partir desse momento, começou a desmontar a democracia italiana, proibindo partidos políticos e movimentos trabalhistas, além de criar milícias que reprimiam opositores com brutalidade.
Embora o Fascismo seja frequentemente associado à Itália, sua influência se espalhou para outros países, especialmente após a Crise de 1929. Regimes autoritários inspirados no Fascismo surgiram na Espanha, com Francisco Franco, em Portugal, com Salazar, e até mesmo no Brasil, com o Integralismo de Plínio Salgado.
Uma das características menos comentadas do Fascismo, mas de extrema importância, é o seu anti-intelectualismo. O Fascismo não valoriza a ciência, a pesquisa ou o pensamento crítico. Pelo contrário, ele rejeita qualquer tipo de conhecimento que contradiga sua narrativa idealizada.
Mitos nacionalistas
A ciência e a academia trabalham com fatos e evidências. No entanto, o Fascismo exalta uma visão romantizada do passado e da realidade, baseada em mitos nacionalistas e na hierarquia entre os povos. Quando os cientistas apresentam fatos que não corroboram essas crenças, eles são atacados e descredibilizados.
Foi assim que, historicamente, regimes fascistas demonizaram professores, acadêmicos e intelectuais. Os estudiosos passaram a ser vistos como inimigos do povo, traidores da nação ou simples oportunistas.
O discurso anti-intelectualista se manifesta em frases como: "A universidade? Só tem vagabundo" ou "Cientistas? Estão nos enganando com esse negócio de pandemia." Essas estratégias servem para minar o pensamento crítico e fortalecer a dominação ideológica do regime.
O Fascismo, portanto, é um fenômeno complexo, que nasce do medo e da crise, cresce através da violência e do autoritarismo e se sustenta no culto à força e na rejeição da razão. Compreender suas características é essencial para reconhecer seus sinais e evitar que ele se repita na história.
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