Além de Villavicencio: os presidentes que foram assassinados na América do Sul
Aventuras Na História
No começo da noite da última quarta-feira, 9, o Equador teve seu cenário político — efervescente, visto que as eleições presidenciais ocorrerão no próximo dia 20 — abalado. Isso porque um dos principais candidatos ao cargo, o filiado ao partido Movimento Construye Fernando Villavicencio foi morto a tiros ao sair de uma reunião política, na cidade de Quito, a capital do país.
Após o incidente, a organização criminosa Los Lobos reivindicou publicamente o ataque, em vídeo publicado no X, antigo Twitter. Vale pontuar que este é considerado o segundo maior cartel do Equador, atrás somente de Los Choneros — que já vinha ameaçando Villavicencio, conforme dito pelo candidato na última semana, em entrevista.
O caso de Villavicencio não é único, nem no mundo, nem exclusivamente na América do Sul. Sabendo disso, confira a seguir outros presidentes sul-americanos que foram assassinados em meio ao mandato:
Equador
No mesmo país de Villavicencio, somente outro presidente foi morto, na História: Gabriel García Moreno. Membro do antigo Partido Conservador do Equador — extinto em 2002 —, Moreno foi presidente no país por dois mandatos, tendo sido assassinado no final do segundo, em 6 de agosto de 1875, pouco depois de ser eleito para o terceiro mandato.
Conforme descrito pelo portal Valor, do Globo, ele foi morto atingido por golpes de facão, dentro do palácio do governo, após uma emboscada de um grupo de opositores políticos.
Peru e Uruguai
O país com o maior número de presidentes mortos da América do Sul é o Peru, sendo o único da lista com dois nomes que sofreram desse destino. O primeiro assassinato ocorreu em 1872, quando o líder peruano Tomás Gutiérrez foi morto em uma revolta popular, em Lima, capital do Peru.
Tomás teria tentado fugir do palácio presidencial disfarçado, mas foi reconhecido por opositores na rua e morto. Ele e o irmão, Silvestre Gutiérrez, tiveram os corpos expostos na rua, pendurados à torre de uma catedral.
Pouco mais de 60 anos depois, outro assassinato de líder político ocorreu: o de Luis Miguel Sánchez Cerro, no dia 30 de abril de 1933. Na ocasião, ele foi alvejado com tiros por um militante de um partido banido pelo governo. Vale pontuar, ainda, que ambos os presidentes peruanos mortos chegaram ao poder após golpes militares.
Por fim, para completar a lista de presidentes sul-americanos assassinados, está a figura de Juan Idiarte Borda, antigo líder do Uruguai e membro do Partido Colorado que, em 25 de agosto de 1897, foi atacado em meio a um desfile, pouco depois de um evento religioso, por um militante do Partido Blanco, Avelino Arredondo.
Casos similares?
Outra morte famosa de presidente em poder na América do Sul é a do chileno Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973. Fundador do Partido Socialista local, teorias diziam desde essa época que ele teria sido morto em um Golpe de Estado no país, quando foi deposto pelo seu chefe das Forças Armadas, o general Augusto Pinochet.
No entanto, uma investigação feita acerca da morte décadas depois confirmou que, na verdade, ele não foi assassinado. Ele teria cometido suicídio enquanto militares bombardeavam o palácio do governo, no lugar disso.
Já o Brasil não se inclui na lista, mas também pode gerar certa confusão para alguns. Na história, dois presidentes morreram enquanto estavam no poder: Afonso Pena, devido a complicações após uma pneumonia, em 1909; e Getúlio Vargas, que também cometeu suicídio em meio a uma crise política, em 1954.