Anistia Internacional acusa Israel de genocídio em Gaza
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Em um relatório divulgado nesta quinta-feira, 5, a Anistia Internacional acusou Israel de cometer genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza desde o início da guerra contra o Hamas, há 14 meses. A organização de defesa dos direitos humanos baseia sua acusação em "declarações de caráter genocida" do governo israelense, além de análises de imagens de satélite e investigações de campo.
"Após considerar todos os objetivos militares de Israel, constatamos que não há outra justificativa para a destruição perpetrada além da intenção genocida", afirma Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia, em comunicado. "Israel tratou os palestinos de Gaza como um grupo sub-humano, indigno de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade. Nossas conclusões devem servir como um alerta para a comunidade internacional: isso é genocídio e deve ser interrompido".
A organização acusa Israel de violar a Convenção de Genocídio de 1951 por meio de atos que visam a destruição física da população palestina, submetendo-a a "uma morte lenta e calculada".
Israel classificou o relatório como "totalmente falso" e acusa a Anistia de "fabricar um documento baseado em mentiras". O Estado judeu alega agir em legítima defesa e conforme o direito internacional, visando erradicar o Hamas.
O relatório da Anistia detalha diversas violações cometidas por Israel, como a destruição sistemática de casas, hospitais e infraestrutura, além de ataques aéreos que mataram civis, incluindo crianças. A organização também denuncia o deslocamento forçado de 90% da população de Gaza e a restrição à entrega de ajuda humanitária.
Acusações crescentes
Segundo 'O Globo', a acusação de genocídio contra Israel ganha força em meio a um crescente número de entidades que apontam para a gravidade das ações do Estado judeu na Faixa de Gaza. No entanto, aliados importantes de Israel, como os Estados Unidos e a Alemanha, rejeitam essas acusações.
A Anistia Internacional pede o fim do envio de armas para Israel e alerta para a cumplicidade de outros países nos crimes cometidos. A organização afirma que as ações de Israel não podem ser justificadas pelo ataque do Hamas, nem pela presença de militantes em áreas civis.