Antigo rei nórdico usava navio de guerra como 'castelo flutuante'
Aventuras Na História
Entre agosto e setembro de 2022, pesquisadores da Universidade de Lund e do Museu Blekinge, na Suécia, e do Museu Dinamarquês do Navio Viking escavaram partes de um naufrágio na costa de Ronneby, na Suécia. A embarcação em questão se tratava do navio de guerra Gribshunden, que liderava a frota do rei dinamarquês-norueguês Hans, e afundou em 1495.
Porém, o que seria apenas mais uma escavação de naufrágio, acarretou em uma descoberta inusitada e muito relevante para compreender a história da região: o barco não serviu apenas em expedições e combates marítimos, mas também foi, em alguns momentos, o 'castelo flutuante' do antigo rei, equipado com artilharia, armas de mão, bestas e canhões, como informado pela Revista Galileu.
O rei Hans, no passado, tinha como objetivo a unificação de toda a região nórdica da Europa sob sua coroa. Visto isso, o navio de guerra Gribshunden serviu, também, como centro administrativo e núcleo da frota da marinha real, na época.
Em 1945, no ano em que a grande embarcação naufragou, o rei havia embarcado em direção a uma cúpula política em Kalmar, na Suécia, onde finalmente seria eleito governante e poderia realizar a união escandinava desejada.
No entanto, o navio afundou, e o motivo do naufrágio ainda é um mistério — mas muito se acredita que teria ocorrido um incêndio em um ancoradouro próximo.
Descoberta
Até hoje, o naufrágio é considerado o mais bem-preservado da antiga Era da Exploração — mesma dos navios de Cristóvão Colombo e Vasco da Gama. "Nenhum outro navio da época da exploração sobreviveu intacto", acrescenta Brendan Foley, pesquisador da Universidade de Lund, em comunicado.
A preservação do navio se deve principalmente pela região em que foi naufragado, no Mar Báltico oriental, que é muito frio e, assim, a madeira pôde ser preservada da infestação de moluscos. No entanto, não há sinal de fogo nela, o que sugere que o navio afundou rapidamente após a explosão de alguns estoques de pólvora.
É um dos primeiros navios que transportam pólvora, então eles provavelmente não haviam elaborado os procedimentos operacionais padrão de segurança", explica Foley em entrevista ao Live Science.