Arquivo Nacional promove exposição com documentos sobre Rubens Paiva

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O Arquivo Nacional promove, até o dia 1º de abril, a Semana Memórias Abertas, um evento dedicado a resgatar e discutir o direito à memória e à verdade sobre a Ditadura Militar no Brasil. A programação inclui a exposição de réplicas de documentos históricos que revelam detalhes sobre a perseguição política, a censura e a resistência democrática durante o período.
Um dos destaques da exposição é a cópia do depoimento do médico Amílcar Lobo, que contradiz a versão oficial do Exército sobre o desaparecimento do engenheiro Rubens Paiva. Segundo o relato, Lobo atendeu Paiva nas dependências do DOI-CODI, no Rio de Janeiro, em janeiro de 1971, e descreve o estado grave em que ele se encontrava, com sinais de tortura.
"Ao examinar o paciente, verificou que o mesmo encontrava-se na condição 'abdômen em tábua', o que em linguagem médica pode caracterizar uma hemorragia abdominal, sendo que naquela situação parecia ter havido uma ruptura hepática; que ao examinar o paciente, este disse ao declarante chamar-se 'Rubens Paiva'", afirma o trecho do depoimento do médico.
O Arquivo Nacional também disponibiliza documentos do Serviço Nacional de Informações (SNI) que fazem referência ao caso Rubens Paiva, incluindo aqueles que contestam a versão oficial apresentada na época. Amílcar Lobo, em seu depoimento, afirma ter visto escoriações no corpo do ex-deputado e declara que o ele havia sido torturado.
Programação
A programação da Semana Memórias Abertas inclui ainda o evento 'Memórias Abertas: Pesquisa, Ensino e Difusão', que reúne pesquisadores e especialistas para discutir a temática da ditadura e seus arquivos. Além disso, será realizada a entrega do Prêmio Memórias Reveladas, que reconhece os trabalhos de destaque no concurso, repercute o g1.
Para mais informações sobre a programação completa da Semana Memórias Abertas, acesse o site do Arquivo Nacional.


