Avós da Praça de Maio encontram neta 139, filha de militantes desaparecidos
Aventuras Na História
Em um novo avanço em sua busca incansável por justiça, as Avós da Praça de Maio anunciaram nesta terça-feira, 21, a identificação de mais uma neta de desaparecidos políticos durante a ditadura militar argentina (1976-1983). Com essa nova descoberta, o número de netos resgatados pela organização chega a 139.
"Hoje, nós damos as boas-vindas à filha de Noemí Beatriz Macedo e Daniel Alfredo Inama, nascida entre janeiro e fevereiro de 1978. Inexoravelmente, a verdade sobre os crimes da ditadura continua vindo à tona", diz o comunicado das Avós, lido durante coletiva.
A neta encontrada é filha de Noemí e Daniel, militantes do Partido Comunista Marxista-Leninista da Argentina, sequestrados em 2 de novembro de 1977. A jovem estava grávida de seis ou sete meses quando seus pais foram levados para um centro clandestino de detenção.
A jornada para encontrar a neta 139 foi marcada pela perseverança das Avós da Praça de Maio. A organização recebeu informações anônimas sobre o caso e, em parceria com a Comissão Nacional do Direito à Identidade (Conadi), iniciou uma investigação minuciosa. Após a coleta de amostras de DNA e a realização de exames genéticos, a identidade da jovem foi finalmente confirmada.
"A partir de hoje, a nova neta poderá abraçar os dois irmãos, Ramón e Paula, que cresceram juntos graças ao bom vínculo que suas mães mantiveram e que sempre souberam da gravidez de Noemí", salientaram as Avós na coletiva.
História
A descoberta é um novo capítulo na história de luta das Avós da Praça de Maio, que desde 1977 trabalham incansavelmente para localizar os netos sequestrados durante a ditadura e devolvê-los às suas famílias. A organização tem sido fundamental na denúncia dos crimes cometidos durante o regime militar e na luta por justiça e verdade.
Apesar das inúmeras conquistas, a busca pelos netos continua. Inúmeras crianças foram sequestradas durante a ditadura e muitas ainda estão desaparecidas. As Avós enfrentam diversos desafios em seu trabalho, como a resistência de setores que tentam negar os crimes cometidos durante a ditadura e a dificuldade de encontrar informações sobre os desaparecidos.
