Britânico preso em Dubai pede ajuda para escapar de condições desumanas

Um empresário britânico, Ryan Cornelius, preso injustamente em Dubai há mais de 16 anos, lançou um apelo desesperado ao Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, denunciando condições desumanas na prisão e alegando que está sendo alvo de abusos por parte de agentes penitenciários.

O britânico, de 70 anos, foi condenado por uma suposta fraude de £ 370 milhões (quase 3 bilhões de reais), acusações que as Nações Unidas consideram falsas. Ele alega que está sendo mantido preso para que o Banco Islâmico de Dubai (DIB), que o acusa da fraude, possa reter seus bens.

Em uma carta enviada ao Ministério das Relações Exteriores, o empresário descreve como foi coagido a assinar um documento afirmando que seus direitos humanos não estão sendo violados, mesmo não entendendo o árabe, a língua em que o documento foi escrito. Ele também relata condições insalubres na prisão, incluindo superlotação, falta de acesso a ar fresco e instalações básicas.

"O relacionamento entre carcereiros e prisioneiros é inerentemente coercitivo. O poder dos primeiros de tornar a vida profundamente desagradável para qualquer um que eles escolherem para pegar no pé é fundamental para a aplicação das regras da prisão. Quando alguém com esse tipo de poder sobre você lhe diz para assinar uma declaração no sentido de que você está sendo bem tratado, você tem um incentivo saudável para obedecer a fim de evitar ser tratado ainda pior", diz a carta enviada pelo homem ao Foreign Office.

Proteção

Ryan sofre com os efeitos cumulativos da tuberculose, Covid-19 e pressão alta, agravados pelas condições carcerárias. Seu cunhado, Chris Pagett, afirma que um guarda em particular tem intensificado as agressões contra os prisioneiros, conduzindo buscas agressivas e fechando a loja de alimentos da prisão.

Segundo o 'Independent', a família e os apoiadores de Cornelius temem por sua segurança e pedem ao governo britânico que intervenha. Eles argumentam que o Ministério das Relações Exteriores tem falhado em proteger o cidadão britânico e em pressionar as autoridades dos Emirados Árabes Unidos por sua libertação.