Brumadinho: Memorial homenageia vítimas e ressignifica local da tragédia
Aventuras Na História
Em janeiro deste ano, Brumadinho, Minas Gerais, ganhou um importante espaço de memória e homenagem: o Memorial Brumadinho. O local, que marca a tragédia do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão em 2019, foi transformado em um espaço de reflexão, aprendizado e ressignificação, com o objetivo de preservar as histórias das 272 vítimas.
Projetado pelo renomado escritório de arquitetura Gustavo Penna Arquitetos Associados (GPAA), o memorial foi idealizado em parceria com as famílias das vítimas, que tiveram participação ativa no desenvolvimento do projeto. O arquiteto Gustavo Penna, em entrevista à CNN Viagem&Gastronomia, destacou que o memorial é um "gesto de superação" e um convite para que o local seja conhecido e visitado.
Visita
Com 1.220 metros quadrados, o Memorial Brumadinho, construído sob a gestão da Fundação Memorial de Brumadinho, oferece diferentes espaços dedicados às vítimas. Logo na entrada, uma área retorcida e fragmentada representa o impacto do rompimento da barragem, uma lembrança do momento trágico que marcou a história da cidade.
Em seguida, os visitantes se deparam com uma drusa de cristais, um monumento que faz referência à forma como os familiares das vítimas se referem a elas: "joias". A homenagem se torna ainda mais emocionante quando, em cada aniversário do desastre, às 12h28 do dia 25 de janeiro, um feixe de luz ilumina as pedras, simbolizando a escuridão que marcou aquele momento trágico.
O percurso do memorial continua por uma fenda escavada nas paredes laterais, onde os nomes das vítimas estão gravados. Com vista limitada apenas para o horizonte distante, essa seção de 230 metros convida à introspecção e à reflexão sobre a fragilidade humana diante de tragédias. "Não é uma construção colocada em um único lugar: o memorial é um território, onde tem o bloco central de recepção. Depois, estende-se pela fenda que aponta o local do rompimento", explica Penna à CNN.
Ao final da fenda, os visitantes chegam aos espaços Memória e Testemunho, criados pela cenógrafa Júlia Peregrino. Nesses locais, fotos e objetos pessoais das vítimas são exibidos, permitindo que os visitantes conheçam um pouco mais sobre suas histórias e seus legados.
O Memorial Brumadinho também conta com um mirante e um bosque, áreas por onde a lama passou durante o rompimento da barragem. No local, foram plantados 272 ipês-amarelos, um para cada vítima, transformando o espaço em um parque para passeio e um território de memória. "É um parque para passeio, mas também um território de memória", conclui o arquiteto.
Segundo a CNN, o Memorial Brumadinho é um espaço que convida à reflexão sobre os impactos da tragédia, a importância da preservação da memória e a necessidade de ações para que tragédias como essa não se repitam. Aberto ao público desde janeiro deste ano, o memorial tem entrada gratuita e funciona de quarta a domingo, das 9h30 às 17h30.
Serviço
Endereço: Rua Hum, nº 100, Bairro Córrego do Feijão – Brumadinho/MG
Horário de funcionamento: de quarta a domingo, das 9h30 às 17h30. Fechado às segundas e terças.
Entrada: Gratuita