Casal palestino separado pela guerra celebra Dia dos Namorados com mensagem de voz
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Nesta quarta-feira, dia 14 de fevereiro, é celebrado em vários cantos do mundo o Dia dos Namorados, mas nem todos passam a data ao lado de seus amados. Este é o caso de Youssef Shalha, que em razão da atual guerra em Gaza, não pôde comprar flores para sua noiva, Bisan Badah, e teve uma mensagem de voz como única opção de gesto romântico.
Nos últimos quatro meses, os constantes ataques aéreos e terrestres de Israel na Palestina alteraram os mais variados aspectos da vida da população de Gaza que, em sua maioria, se encontra sem um lar e incapazes de planejar seu futuro.
Não nos resta nada de bonito. Depois da guerra, para onde iremos?", disse Shalha, que estava planejando casar-se em abril com Badah, cujo aniversário coincide também com o Dia dos Namorados.
Conforme repercutido pelo UOL, o casal tinha planos de visitar suas famílias durante o próximo mês sagrado do Ramadã, uma época tradicionalmente marcada por celebrações. “Não há mais ninguém para visitar. Todos os meus parentes foram alvos. Tudo foi atingido por ataques aéreos. Tudo foi destruído”, completou Shalha em uma entrevista à Reuters.
Esperança de reencontro
Agora residindo em uma barraca em Rafah, localizada na parte mais ao sul da Faixa de Gaza, após fugir inicialmente de sua casa em Beit Lahiya e depois de um abrigo em Khan Younis, à medida que a ofensiva israelense avançava, Youssef Shalha encontra dificuldades em encontrar sua noiva, que está em uma barraca com sua própria família em outro ponto da cidade.
Eles trocam mensagens de voz quando possível, mas a comunicação é desafiadora em Rafah, e Shalha não consegue entrar em contato com Badah pelo menos há dois dias.
“Estou esperando poder me conectar com ela para lhe dar esse presente modesto”, disse ele, exibindo um xale que comprou para Badah, em substituição aos presentes mais elaborados que planejava dar a ela antes do início dos conflitos.
O Dia dos Namorados é conhecido pelas rosas vermelhas e corações vermelhos. Mas agora o vermelho é a cor do sangue. Tudo o que você vê é vermelho: morte e destruição... isso faz nossa pele arrepiar", lamentou Shalha em sua conversa com a agência de notícias Reuters.